Dois iates de luxo fabricados em Guarujá serão expostos em cultuado evento na França; vídeo

Embarcações foram transportadas até a Brasil Terminal Portuário (BTP), na Alemoa, onde partirão para a Europa em um navio

Por: Fernanda Balbino  -  03/07/20  -  17:37

Dois iates fabricados em Guarujá serão expostos no Cannes Yachting Festival, o cultuado Boat Show de Cannes, na França, em setembro. O Okean 80, maior e mais sofisticado modelo de iate da marca Okean Yachts, tem 23 metros e está avaliado em US$ 4 milhões, o equivalente a R$ 21,4 milhões. Já o esportivo Okean 55 tem 16 metros de comprimento e foi içado na manhã desta sexta-feira, na Brasil Terminal Portuário (BTP). Os dois seguirão para a Europa. 


A marca pertence ao Kan Estaleiro, que fica em Guarujá. A empresa ocupa dois galpões de 5 mil metros quadrados cada no Complexo Industrial Naval do Guarujá (Cing). E, no início deste ano, a empresa incorporou às suas instalações a Marítimo Garagem Náutica (MGM). Nesta nova área, serão produzidas e montadas as tão cobiçadas embarcações da italiana Ferretti.  


A fábrica emprega atualmente 150 funcionários diretos e 500 indiretamente. Em três anos de funcionamento, foram investidos mais de R$ 60 milhões na empresa. Recentemente, foram contratados 20 funcionários para finalizar iates de luxo. Um Okean 50, segue para o Nordeste ainda neste mês e outro Okean 50 seguirá para os Estados Unidos no início de agosto. 


O iate de luxo modelo Okean 80, embarcado na quinta-feira, foi projetado na Itália para atender com conforto e espaço clientes que, em sua maioria, gosta de passar a noite na embarcação, que tem visão 360º do oceano. Ele tem três andares, quatro cabines e capacidade para três tripulantes.    


Já o Okean 55, embarcado ontem, tem design esportivo e 16 metros de comprimento. A embarcação associa estética moderna com tecnologia. Seu casco em w-shape permite uma navegação que associa velocidade e conforto, com mais 100 metros quadrados de área útil. 


Todas as Okeans são chamadas de Lounge Yachts por terem decks laterais que se abrem totalmente, proporcionando uma visão infinita do oceano. Segundo o diretor comercial e de marketing da Okean Yachts, Luis Henrique Moreira Ferreira, com a retomada das atividades na Europa o evento de Cannes está confirmado. “A França já está retomando suas atividades pós-pandemia. E como nosso mercado é principalmente voltado para o exterior, isso está movimentando nossa empresa”. 


De acordo com o executivo, na contramão da crise mundial, as restrições impostas pela pandemia, que causaram o fechamento de áreas de lazer em vários países, impulsionaram o mercado náutico. “Num primeiro momento, houve um pânico paralisante geral. O pessoal começou achar que seria coisa de 30 dias, só um choque que passaria rápido. Quando ficou claro que seria processo mais demorado, de até um ano, as pessoas que tinham possibilidade, passaram a buscar alternativas de isolamento e começaram a pensar nas embarcações, principalmente na Flórida e na França”.  


Ferreira explica ainda que isso se refletiu no Brasil. Normalmente, os estaleiros recebem um volume maior de encomendas no fim do ano, pela proximidade com o verão. “A sensação é de que processo antecipou seis meses e isto é ótimo porque gera empregos e injeta dinheiro na economia. É uma dimensão da náutica que muita gente não havia parado para pensar”.  


Desde que 2015, quando foi criada, até o momento, empresa já vendeu 16 iates, sendo oito para os Estados Unidos, cinco para a Europa e 3 para o Brasil. Atualmente, há cinco representantes de vendas no exterior: nos EUA, Riviera Francesa, Rússia, Austrália e República Dominicana.    


Ferretti no Brasil  


Ainda neste ano, os iates italianos Ferretti começarão a ser fabricados pela Kan Estaleiro. O contrato entre as empresas foi assinado em novembro de 2019.  


Fundado em 1968, o Ferretti Group, de origem italiana, é o conglomerado empresarial náutico mais antigo do mercado e um gigante em vendas em todo o mundo. “Já temos uma F550 vendida no Brasil. As peças vindas da Itália atrasaram um pouco por causa da pandemia, mas seguem para o Brasil agora em agosto”, conta Ferreira.


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