Docas avalia propostas para a dragagem do Porto de Santos

Autoridade portuária analisa capacidade técnica da DTA Engenharia, que cobrou R$ 274,7 milhões pelo serviço

Por: Egle Cisterna & Da Redação &  -  01/11/19  -  20:57
Canal deverá ter 15,3 metros de profundidade para permitir navegação de navios de grande porte
Canal deverá ter 15,3 metros de profundidade para permitir navegação de navios de grande porte   Foto: Arquivo/Carlos Nogueira/AT

Empresas interessadas em dragar o Porto de Santos apresentaram propostas para o pregão eletrônico realizado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). O menor lance foi feito pela DTA Engenharia, com proposta de R$ 274,7 milhões. 


A licitação é para contratar a empresa que fará, pelos próximos dois anos, a manutenção das profundidades em toda a extensão do canal, o que inclui tanto a via de navegação como os acessos e os berços de atracação do complexo santista. 


Também participaram do leilão a Van Oord, a Chec Dredging, Jande Nul do Brasil Dragagem, Enterpa Engenharia e Boskalis do Brasil Dragagem e Serviços Marítimos, que fizeram ofertas de maior valor, variando entre R$ 294,7 milhões a R$ 302 milhões. A melhor proposta está 11% abaixo do preço global estimado pela Docas para o serviço, que era de R$ 308,9 milhões. 


De acordo com o edital, o canal de navegação deverá ter 15,3 metros de profundidade, o que garante manter a profundidade nominal de 15 metros. A expectativa da autoridade portuária é que a ganhadora do leilão remova 11,8 milhões de metros cúbicos de sedimentos no canal de navegação. Já nos berços, o volume a ser dragado é estimado em 1,3 milhão de metros cúbicos. 


A DTA Engenharia atua há mais de 30 anos no cais santista e foi a empresa responsável pelo trabalho de aprofundamento do canal para 15 metros. Atualmente, tem contrato de dragagem, de cinco anos, no Porto de Paranaguá.  


“Essa é uma concorrência grande, em termos de valor e de relevância. Nos preocupa que a última batimetria foi feita em janeiro deste ano e já tem assoreamento que tem que ser dragado. Mas temos experiência. Dragamos mais de 108 milhões de metros cúbicos nos últimos oito anos”, afirma o presidente da DTA, João Acácio Gomes de Oliveira Neto. 


Próximos passos 


Por nota, a Codesp informa que fará a análise da parte técnica e da planilha que compõe o preço global ofertado pela DTA que constam da proposta. A Docas não informa estimativa de prazo para a conclusão da licitação o início dos serviços pela empresa vencedora. A autoridade portuária afirma que “fará as análises necessárias de forma criteriosa, mas com celeridade para que a contratação seja concluída o mais breve possível”.


Oliveira Neto calcula que, se o processo transcorrer sem problemas e recursos, os serviços podem ser iniciados no mês que vem.  


As obras de dragagem no cais santista estão suspensas há cerca de sete meses. O receio da comunidade portuária é que todo esse tempo sem o serviço faça com que o canal perca o calado operacional (a profundidade máxima que um navio pode atingir ao se deslocar no Porto) devido ao assoreamento (deposições de sedimentos que causam perda de profundidade) que é comum na região. 


A autoridade portuária afirma que a operacionalidade do canal de navegação se mantém em 13,5 metros desde a Barra até a Alemoa e em 12,7 metros até o fim do trecho 4. A estatal afirma, ainda, que “continua promovendo campanhas de batimetria para monitorar as condições” do leito navegável.


Concessão 


Além da licitação para o serviço por tempo determinado, a estatal está fazendo um estudo de viabilidade econômica da concessão do canal do Porto para a iniciativa privada. Se isto ocorrer dentro do prazo do contrato da dragagem, está prevista uma cláusula rescisória e a interrupção dos serviços.


Um total de 16 proponentes, sendo 15 empresas (entre elas a DTA Engenharia e a Jande Nul do Brasil Dragagem) e uma pessoa física, estão autorizados a apresentar estudos e projetos técnicos para a possível concessão do canal de acesso do Porto de Santos. A Codesp receberia as contribuições até novembro, mas por considerar “a complexidade dos temas tratados”, prorrogou o prazo até 6 de janeiro do ano que vem.


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