Com Fernando Biral, setor espera continuidade de projetos no Porto

Mudança no comando da APS foi anunciada na sexta-feira (24)

Por: Leopoldo Figueiredo & Da Redação &  -  27/04/20  -  01:07
Fernando Biral será o interino do cargo
Fernando Biral será o interino do cargo   Foto: Divulgação/SPA

A escolha do diretor de Administração e Finanças da Autoridade Portuária de Santos (APS), Fernando Biral, como novo diretor-presidente da empresa, mostra a intenção do Governo Federal de manter os projetos previstos para o principal porto do Brasil, analisam executivos do setor de terminais e operação portuária. Eles destacam que a saída de Casemiro Tércio Carvalho, que estava no cargo desde o início do ano passado, foi “uma surpresa”, mas a definição de seu substituto indica que o Ministério da Infraestrutura quer continuar com uma gestão técnica, sem alterar a linha de ação planejada para o cais santista.


O Governo decidiu pela saída de Tércio da presidência da APS nos últimos dias.


Na sexta-feira (24), o executivo apresentou seu pedido de desligamento ao Conselho de Administração (Consad) da empresa, órgão presidido por Diogo Piloni, secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, do Ministério da Infraestrutura. 


A medida foi aceita e o desligamento ocorrerá em definitivo na próxima terça-feira. Na mesma sessão do Consad, foi definido que Biral será o novo presidente.


Administrador de empresas e executivo do mercado, Fernando Biral foi contratado por Tércio em abril do ano passado para cuidar do setor administrativo-financeiro da APS e torná-la mais lucrativa, medida importante projeto do Governo para desestatizá-la. Seu processo de seleção para a função esteve a cargo de headhunters (consultores especializados na escolha de executivos para cargos de destaque), fazendo com que ele seja o primeiro presidente da Autoridade Portuária que entrou na empresa a partir de um processo de seleção profissional.


“Tudo indica, especialmente com a nomeação do diretor de Administração, que o Governo quer a continuidade dos projetos em desenvolvimento no Porto de Santos. Tércio e sua equipe, da qual Biral faz parte, iniciaram vários processos estratégicos na companha, principalmente sua recuperação financeira, visando o processo de desestatização (da APS) previsto pelo Ministério. E várias ações, especialmente no setor financeiro, tinham Biral à frente. Então o caminho deve ser mesmo o da continuidade", afirmou o presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Jesualdo Conceição da Silva.



Para o diretor-executivo da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), Angelino Caputo e Oliveira, o processo de sucessão realizado pelo Governo na APS evidencia que "não deve haver uma grande alteração na linha estratégica da empresa”. E a gestão do Porto de Santos manterá seu caráter profissional. “Biral é um técnico e seu trabalho deve seguir essa linha”, afirmou o dirigente, que foi presidente da Autoridade Portuária de Santos (atual denominada Companhia Docas do Estado de São Paulo, Codesp) de 2014 a 2015.


O presidente da Abtra, Bayard Umbuzeiro Filho, destaca a importância do perfil de gestor do novo presidente da APS para a empresa, que se prepara para passar por um processo de desestatização.


“O Tércio é um profissional super-experiente e sua saída foi uma grande surpresa. Agora temos um executivo de mercado, que tem a missão de colocar a companhia em um posição cada vez mais atrativa para investidores. O fato do Fernando Biral ter sido escolhido mostra que o Governo não abre mão de uma boa gestão no Porto de Santos”, afirmou. 


Também surpreendido com a troca no comando da Autoridade Portuária, o presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Régis Prunzel, acredita que Biral “dará continuidade ao trabalho já iniciado, do qual participava. O Porto de Santos tem vários projetos nos próximos anos. E não falo apenas de sua desestatização. Haverá leilões de terminais. E o Ministério da Infraestrutura tem dito que busca essas licitações para aumentar o investimento privado na economia e, assim, impulsionar a recuperação do País no pós-pandemia do novo coronavírus”.


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