Candidatos de Guarujá traçam planos para o Porto

Expansão da área do complexo marítimo na Cidade é destaque

Por: Fernanda Balbino & Da Redação &  -  18/10/20  -  14:45
O terminal é um empreendimento planejado pela Compass, empresa criada pelo Grupo Cosan
O terminal é um empreendimento planejado pela Compass, empresa criada pelo Grupo Cosan   Foto: Foros: Carlos Nogueira

Garantir áreas para a expansão da Margem Esquerda do Porto de Santos, em Guarujá, com a remoção de famílias que vivem em áreas portuárias invadidas, além de atração de empresas e capacitação profissional. Estes e outros temas fazem parte da pauta dos dez candidatos que concorrem a uma vaga de prefeito no município. 


Guarujá é a cidade que abriga uma das margens do maior complexo portuário da América Latina. Porém, a cidade enfrenta os impactos do grande fluxo de caminhões que seguem aos terminais localizados no distrito de Vicente de Carvalho. 


Para o candidato André Guerato (PSDB), apenas “sem políticos, com profissionalismo, transparência e eficiência” é possível melhorar a relação Porto-Cidade no município. 


Já Dedé do Adélia (DEM) destaca a importância da Margem Esquerda e, por outro lado, os impactos da atividade portuária. “Vamos lutar para haja o devido recolhimento de impostos para cidade o que não acontece hoje”.


“Entendo que o Guarujá necessita ter o pertencimento do Porto, para isso precisamos alfandegar o Porto de Guarujá”, destacou Edilson Magaiver (Pode). 


De acordo com o candidato Giovani Vassopoli (Rede), é preciso buscar harmonia e conciliar “os interesses de quem vive no Porto com os interesses de quem trabalha no Porto, a partir de ações que não sejam excludentes nem a um, nem a outro”. 


A candidata Luciana Salituri (Patri) levanta a bandeira da capacitação profissional e garantia de infraestrutura aos trabalhadores que atuam no Porto. “A mudança se faz com transparência, gestão, competência e projeto”. 


Para o candidato Miguel Calmon (PRTB), é preciso cobrar a viabilização de importantes investimentos nos acessos aos terminais portuários localizados no município. “A Autoridade Portuária não pode trabalhar de costas para o Guarujá. O Porto é nosso”. 


Acesso também uma prioridade para o candidato Rodrigo Barboza (Republicanos). Para ele, a relação Porto-Cidade só poderá ser melhorada criando, de fato, o Porto de Guarujá, trazendo recursos para a cidade e melhorando as condições logísticas na região de Vicente de Carvalho. “É preciso criar infraestrutura viária, para beneficiar não somente a atuação logística, mas o dia a dia dos caminhoneiros e a vida da população como um todo”. 


Já o candidato Sergio Zagarino (DC) defende a utilização de 100% da área portuária, “definindo de forma clara sua finalidade, transferindo os moradores atuais para regiões sem valor portuário e com condições dignas de vida”.


Outro concorrente, Valter Batista (PSOL), aponta o potencial de expansão portuária de Vicente de Carvalho e as oportunidades de crescimento no Complexo Industrial Naval de Guarujá (Cing). “O Porto precisa contribuir com o desenvolvimento sustentável da cidade”. 


O atual prefeito Válter Suman (PSB), que concorre à reeleição, aponta que “a relação porto-cidade ideal deve conciliar eficiência na mobilidade urbana, desenvolvimento social e geração de empregos”. 


Cidade conta com sete terminais


Dos 47 terminais do Porto de Santos, sete estão localizados na Margem Esquerda, em Guarujá. Eles embarcam e desembarcam diversos produtos como granéis sólidos, contêineres e veículos. Além de cargas, geram emprego e renda a moradores do município. 


Localfrio S/A, Terminal de Exportação de Açúcar do Guarujá (Teag), Terminal Exportador do Guarujá (TEG), Terminal de Granéis do Guarujá (TGG), Terminal Marítimo do Guarujá (Termag), Terminal de Veículos de Santos (TEV) e Tecon estão entre os terminais da Margem Esquerda do cais santista. Há, ainda, dois terminais de uso privado (TUPs): Dow Química e Cutrale. 


Guarujá ainda conta com área para expansão portuária, segundo o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto. Ela fica na região da Prainha, onde está prevista a armazenagem e a movimentação de contêineres e carga geral. Também há a previsão de implantação de berços entre o TEV e a Torre Grande.


Há alguns anos, a possibilidade de transferência de recursos para Guarujá entrou na pauta de discussões na Autoridade Portuária de Santos. A questão envolvia o pagamento de R$ 30 milhões em tributos (como ISS) que seriam referentes a atividades realizadas no município, mas que são recolhidos para Santos. No entanto, a questão não avançou.


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