Caminhoneiros protestam contra Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto

A categoria decidiu dar um abraço simbólico no cais santista contra o leilão de dois terrenos que serão destinadas às operações de celulose

Por: Por ATribuna.com.br  -  27/08/20  -  17:10
Grupo Libra arrendou 3 terminais de contêineres e carga geral no Porto de Santos nas últimas décadas
Grupo Libra arrendou 3 terminais de contêineres e carga geral no Porto de Santos nas últimas décadas   Foto: Carlos Nogueira/ AT

Caminhoneiros autônomos do Porto de Santos fizeram uma carretada na manhã desta quinta-feira (27) pela zona portuária. A categoria protestou contra o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do cais santista e contra o arrendamento da área anteriormente ocupada pelo Grupo Libra, na Ponta da Praia. Dois terrenos serão leiloados nesta sexta-feira (28) e serão destinadas às operações de celulose.


A categoria decidiu dar um abraço simbólico no Porto. Por isso, seguiram da Avenida Augusto Barata, conhecida como Retão da Alemoa, até a Avenida Mário Covas, na Ponta da Praia. Segundo a Autoridade Portuária, o protesto não interrompeu o trânsito ou impactou nas operações portuárias.


“A carreata é contra o PDZ, contra a tirada de trabalho do Porto. Estão desempregand o um monte de pais de família. Quando fechou a Libra, já desempregaram 7 mil pais de família e agora estão querendo fechar mais duas empresas na região”, destacou o ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos (Sindicam), Alexsandro Viviani, conhecido como Italiano.


O sindicalista se refere aos planos do governo de não renovar os contratos de arrendamento vencidos, em Outeirinhos. As áreas serão utilizadas para a construção de uma pera ferroviária. Com ela, o Governo Federal pretende ampliar a participação do modal ferroviário nas operações do cais santista.


Os caminhoneiros também são contrários ao arrendamento de duas áreas destinadas às operações de celulose no Porto de Santos. Os novos terminais serão instalados no terreno anteriormente ocupado pelo Grupo Libra, na Ponta da Praia. Enquanto os contêineres eram transportados pelos autônomos, a nova carga chegará através das linhas férreas da região.


Os dois lotes a serem leiloados receberão investimentos mínimos de R$ 400 milhões. Cada área terá capacidade para movimentar, aproximadamente, 2,5 milhões de toneladas de celulose.


PDZ


Segundo o Governo Federal, as medidas previstas no PDZ vão elevar a capacidade do Porto em cerca de 50% até 2040, permitindo que possa operar até 240,6 milhões de toneladas, segundo projeção da Autoridade Portuária de Santos. Ainda segundo a empresa, nos próximos dez anos, as obras e os terminais planejados para o complexo vão gerar investimentos de R$ 9,65 bilhões.


Segundo a Autoridade Portuária, as instalações destinadas a contêineres terão um dos maiores crescimentos de capacidade entre todas as cargas: alta de 64%, saindo de 5,4 milhões TEU (unidade equivalente a um contêiner 20 pés) para 8,7 milhões TEU, com um novo terminal dedicado na região do Saboó. “A expectativa é de que a movimentação rodoviária aumente em aproximadamente 40%, o que vai gerar mais empregos para os caminheiros, razão pela qual não faz sentido se falar em redução de trabalho para motoristas de carreta”.


A estatal aponta, ainda, que serão criados 60,4 mil empregos, entre obras e novos postos nos terminais. Isto equivale a 21% da população ocupada nas três cidades do entorno do Porto – Santos, Guarujá e Cubatão. “Somente em obras, a Autoridade Portuária projeta a criação de 58 mil empregos nos próximos cinco anos, sendo 19,3 mil diretos, 9 mil indiretos e 29,7 mil efeito-renda".


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