Autoridades vão avaliar a saúde de tripulantes de navio chinês no Porto de Santos
Inspeção servirá para garantir que trabalhadores não têm sintomas de coronavírus
O navio chinês Kota Pemimpin, que tinha dois tripulantes suspeitos de terem sido infectados pelo coronavírus, atracará no Porto de Santos nesta terça-feira (18), provavelmente no fim da manhã. Logo em seguida, antes de haver qualquer desembarque, equipes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Grupo de Vigilância Epidemiológica (Governo do Estado) e do Departamento de Vigilância em Saúde (Devig, da Prefeitura de Santos) vão a bordo para avaliar as condições de saúde dos marítimos.
Nesta segunda-feira (17), porém, a Anvisa, que realiza o controle sanitário nos portos, já havia descartado que os dois tripulantes tivessem sido contaminados pelo vírus. “Neste momento, não há nenhum tripulante doente no navio, não havendo motivo para preocupação”, disse a agência, em comunicado.
A suspeita surgiu pois o navio passou pela China, o epicentro da infecção, nos últimos 30 dias, e dois tripulantes, de um total de 25, ficaram doentes com sintomas gripais – como tosse e dor de garganta – no caminho para o Brasil. Mas ambos já estão recuperados, informou a Anvisa.
A embarcação, um conteineiro, chegou ao Porto de Santos no domingo (16). E planejava atracar na madrugada desta terça no berço 1 da Brasil Terminal Portuário (BTP), na Alemoa, para o desembarque e o embarque de contêineres.
Mas a atracação foi cancelada nesta noite devido à altura da maré. O nível do mar na região tem estado ao menos 20 centímetros mais baixo do que o previsto, explica o presidente da Praticagem de São Paulo, o prático Carlos Alberto Souza Filho. Como o navio está com sua carga máxima, ele precisa de uma maior profundidade no canal, caso contrário, corre o risco de encalhar. A expectativa é que a maré deve estar alta o suficiente durante a manhã desta terça.
Fiscalização
Segundo o secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz, todos os tripulantes da embarcação serão entrevistados pelas equipes. A ação será coordenada pela Anvisa, responsável pela liberação do navio para a operação.
Mas, isto só acontecerá após a avaliação do estado de saúde da tripulação. A informação que consta na Declaração Marítima de Saúde é de que eles já se recuperaram dos sintomas de gripe.
“Queremos ter a compreensão do cenário dos 25 tripulantes e vamos fazer uma investigação de histórico recente deles para concretizar se eles tiveram contato com pessoas doentes e o que houve na embarcação”, destacou Ferraz.
Caso seja constatado que um marítimo está com sintomas suspeitos de coronavírus, o navio será colocado em quarentena no Porto. Segundo Ferraz, a remoção de tripulante para unidades de saúde só é prevista em casos críticos. Neste contexto, os infectados devem ser encaminhados, exclusivamente, aos hospitais Guilherme Álvaro, em Santos, e Emílio Ribas II, em Guarujá, ambos referência em doenças infectocontagiosas.
Monitoramento
O diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Casemiro Tércio Carvalho, destaca que todos os navios que vêm ao Porto estão sendo monitorados em uma sala de situação que avalia a procedência das embarcações desde o início do ano. As tripulações também estão sendo monitoradas.
“A Anvisa vai a bordo, vai fazer o procedimento dela. E, confirmado que não tem nada, segue a operação”, disse Carvalho.
“O que nós estamos fazendo é de acordo com as orientações do Ministério da Saúde, que é a investigação de qualquer pessoa, independentemente da idade, que apresentar febre acompanhada de tosse ou sintomas respiratórios e que nos últimos 14 dias tenha passado pela China”, afirmou a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado, Helena Sato, nesta segunda-feira.
