Autoridade Portuária pede doação de novos estudos sobre túnel

Empresas interessadas em aprimorar o projeto do túnel terão 120 dias para doar os estudos à Autoridade Portuária de Santos (APS)

Por: Fernanda Balbino & Da Redação &  -  06/04/21  -  19:49
Codesp vai debater plano de desenvolvimento de complexo marítimo santista
Codesp vai debater plano de desenvolvimento de complexo marítimo santista   Foto: Carlos Nogueira/ AT

Empresas interessadas em aprimorar o projeto do túnel submerso do Porto de Santos, que tem como objetivo ligar as duas margens do complexo marítimo, terão 120 dias para doar os estudos à Autoridade Portuária de Santos (APS). A previsão é de que o empreendimento seja incluído no processo de desestatização da administradora portuária e se torne uma responsabilidade do futuro gestor do complexo marítimo.


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As regras para a doação dos estudos constam de um edital de chamamento público, previsto para ser publicado hoje, no site da APS. De acordo com o edital, as empresas interessadas terão de preencher um requerimento e enviar para a Autoridade Portuária. Em até 15 dias, será divulgada a autorização para a entrega dos projetos. Aquelas que forem autorizadas terão 120 dias corridos, contados da publicação do aval no Diário Oficial da União, para apresentar os estudos.


O projeto do túnel foi elaborado pela Dersa em 2013. Nos últimos dois anos, passou por revisões, que incluíram mudanças no traçado e a redução das desapropriações. Assim, seu custo estimado caiu de R$ 3,2 bilhões para R$ 3 bilhões.


Porém, diante do lapso temporal, serão necessárias adequações, além de atualizações nos valores e nas quantidades dos materiais a serem utilizados. Com um trajeto de 1,7 km, o projeto do túnel prevê que a travessia entre o Macuco, em Santos, e Vicente de Carvalho, em Guarujá, seja feita em cinco minutos, com três faixas de rolagem em cada sentido.


Segundo o diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da APS, Bruno Stupello, além de aprimorar o projeto, há a necessidade de uma análise de viabilidade técnica, econômica, financeira e regulatória do empreendimento. Isto porque o material a ser doado vai embasar estudos ainda maiores, a serem feitos pela equipe que atua na desestatização do Porto.


“A ideia é que seja um investimento obrigatório na concessão da desestatização”, afirmou o diretor-presidente da APS, Fernando Biral.
Stupello e Biral destacam a importância do túnel quando avaliados os aspectos de mobilidade urbana entre as cidades de Santos e Guarujá. Eles apontam que essa ligação seca deverá ter acesso para ciclistas, pedestres e as linhas de transporte coletivo e do VLT.


“A prioridade é fazer o túnel acontecer. É a única forma de evitar restrições nas balsas”, apontou Biral. O temor do diretor-presidente da estatal se justifica pela autorização para o tráfego de navios de até 366 metros no canal de navegação do Porto de Santos.


Projeto de ponte está sob análise


Outra opção de ligação seca entre as margens do canal do Porto, a ponte Santos-Guarujá tem sua proposta sob análise. Atualmente, a Autoridade Portuária de Santos (APS) aguarda as avaliações da Marinha, da Aeronáutica e da Praticagem de São Paulo.


A indicação para construir uma ponte entre as margens tem mais de 90 anos. O atual projeto foi elaborado pela concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes, a Ecovias. E, a pedido da APS, passou por modificações, que estão sendo analisadas.


A ligação seca via ponte é a alternativa preferida do Governo do Estado, enquanto o túnel é visto pela comunidade portuária como o projeto mais viável.
Segundo o projeto de ponte da Ecovias, essa ligação terá cerca de 7,5 km de extensão, com início na entrada de Santos, no km 64 da Via Anchieta, e término próximo ao acesso à Ilha Barnabé, na Área Continental de Santos, no km 250 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni.


O plano, em sua última versão, prevê uma ponte com 750 metros de largura entre os pilares, diferentemente dos 450 metros e dos 325 metros inicialmente previstos. Já o valor subiu de R$ 3,5 bilhões para cerca de R$ 3,9 bilhões. O vão principal continua com 85 m de altura.


O diretor-presidente da APS, Fernando Biral, aponta o túnel como a melhor opção para a ligação seca, por ser um projeto que também beneficiará a relação Porto-Cidade. “É vital que o túnel saia por questões de navegação e mobilidade urbana”, afirmou o executivo.


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