Os impactos das obras que serão realizadas a partir do próximo dia 19, no cais da Ilha Barnabé, na Margem Esquerda do Porto de Santos, na Área Continental da Cidade, viraram motivo de preocupação para a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Para resolver a questão, a entidade se reuniu com a Autoridade Portuária de Santos na quinta-feira, e apontou a necessidade de definir de uma solução que não cause grandes alterações na rotina de escoamento de cargas no local.
A obra visa a recuperação estrutural do cais e dolfins existentes, a contenção de talude, a instalação de passarelas metálicas e a construção de um dolfim de amarração. Os trabalhos serão realizados, de forma alternada, em dois berços, o São Paulo e o Bocaina, que atendem aos terminais da Ageo e da Adonai.
Primeiro, a interdição será no São Paulo e, após conclusão da manutenção e liberação para operações, será realizada no Bocaina. Assim, no tempo em que as intervenções durarem, como ainda há um terceiro berço no local, haverá sempre dois pontos de atracação operando.
A região concentra 35% da movimentação de granéis líquidos do Porto de Santos. Segundo a Autoridade Portuária, o impacto na redução de capacidade do cais da Ilha Barnabé por conta das intervenções é estimado entre 15% e 20%.
“A indústria química entende a urgência e está determinada a trabalhar conjuntamente com a Autoridade Portuária e a ABTL (Associação Brasileira de Terminais de Líquidos) em uma solução que não cause grandes alterações na rotina de escoamento da carga de produtos químicos. A reunião ocorrida nessa quinta teve como principal resultado a possibilidade de construirmos alternativas que minimizem ainda mais o impacto da obra durante sua execução”, destacou o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino.
Para o presidente-executivo da ABTL, Carlos Kopittke, a obra é necessária, já que os berços públicos para atracação na Ilha Barnabé estão há anos sem manutenção adequada. “O importante agora é focar nos esforços conjuntos de todos os setores envolvidos, para que os atrasos usuais de uma obra dessa natureza possam ser mitigados o máximo possível”.
Trabalhos
O contrato de engenharia tem prazo de 18 meses, mas as obras devem ser realizadas em no máximo 16 meses, sendo 8 meses em cada berço de atracação. O custo será de R$ 24,8 milhões, a serem pagos com recursos da estatal. Os trabalhos estão a cargo da Ster Engenharia Ltda.
A estimativa da Autoridade Portuária, contudo, é de que, com a curva de aprendizado no primeiro berço, além de medidas para aumentar a produtividade, seja possível encurtar o prazo no Bocaina.
“É mais uma das obras que se iniciaram há quase uma década e não tiveram conclusão, tendo sido retomada por esta gestão para eliminar um gargalo logístico no Porto”, afirmou o diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos, Fernando Biral.
Reunião
“A reunião ocorrida nessa quinta teve como principal resultado a possibilidade de construirmos alternativas que minimizem ainda mais o impacto da obra (no cais da Ilha Barnabé) durante sua execução” - Ciro Marino, presidente-executivo da Abiquim.