Cerca de 145 litros de óleo bunker, o combustível utilizado em navios, vazaram em uma operação de abastecimento na madrugada desta terça-feira (24), no píer de Alemoa, no Porto de Santos. O incidente ocorreu por volta das 4 horas, na barcaça Papoula.
De acordo com a Transpetro, responsável pelo terminal, a operação foi suspensa e o óleo bunker ficou contido no convés da embarcação. A parte que atingiu o mar foi contida nas barreiras preventivas.
Segundo a empresa, as contenções foram instaladas no entorno da barcaça atracada. Porém, não foi revelado o volume do produto que atingiu o mar.
Procurada, a Autoridade Portuária de Santos, novo nome da Companhia Docas do Estado de São Paulo, informou que mobilizou a empresa contratada para monitoramento de locais mais distantes da ocorrência. O plano visa verificar e conter possíveis manchas fugitivas.
De acordo com a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), uma equipe de inspeção naval foi deslocada até o local. O objetivo foi verificar se os procedimentos de contenção foram realizados adequadamente.
Em paralelo, a Autoridade Marítima ainda atua nos procedimentos administrativos necessários após uma ocorrência deste tipo. Eles incluem a notificação da SC Transportes, responsável pela operação.
A empresa foi procurada pela Reportagem e apontou que “o acidente ocorreu em função de um overflow (transbordamento do tanque 4) na barcaça”. Segundo a SC Transportes, as causas do incidente ainda serão investigadas.
A empresa aponta ainda que, assim que identificados os fatores que causaram o vazamento, “serão adotados planos de ações, com procedimentos adicionais de segurança, para que não ocorra novamente”.
A SC Transportes também apontou que não houve danos ao meio ambiente, uma vez que o material ficou retido nas áreas delimitadas pelas barreiras de contenção. O trabalho de retirada do material da água é feito através da utilização de uma espécie de escumador e materiais absorventes, com acompanhamento das autoridades.
Danos ambientais
Questionado, o Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que, como o licenciamento ambiental da Transpetro foi emitido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), cabe ao órgão estadual a apuração de eventuais danos ao meio ambiente.
“A Cetesb solicitou as devidas providências para a identificação da causa do despejo de bunker e uma estimativa da quantidade vazada”, destacou o órgão ambiental, em nota. “Após a operação de recolhimento será iniciado o relatório técnico do acidente”.
A Marinha do Brasil mantém um canal para receber denúncias de acidentes ou emergências náuticas. Segundo a Autoridade Marítima, basta ligar para o telefone 185.