Quem matou miliciano 'foi a PM da Bahia, do PT', diz Bolsonaro

Perguntado sobre o motivo da morte do capital Adriano, presidente da República citou a imprensa dizendo que leu que seria "queima de arquivo"

Por: Do Estadão Conteúdo  -  15/02/20  -  23:54
Atualizado em 16/02/20 - 00:01
Bolsonaro e filho encerraram a entrevista quando perguntados por que empregaram parentes de Adriano
Bolsonaro e filho encerraram a entrevista quando perguntados por que empregaram parentes de Adriano   Foto: Carolina Antunes/PR

"Quem foi responsável pela morte do capitão Adriano foi a PM da Bahia, do PT. Precisa dizer mais alguma coisa?", disse neste sábado (15), o presidente da República, Jair Bolsonaro. A afirmação é uma referência à morte do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, morto no município de Esplanada, a 170 km de Salvador, e que no passado recebeu homenagens da família Bolsonaro.


"A medalha foi em 2005. Não tem nenhuma sentença julgada condenando o capitão Adriano por nada, sem querer defendê-lo", afirmou Bolsonaro em evento no Rio ao lado do filho e senador Flávio Bolsonaro (Sem Partido-RJ), responsável pela homenagem. O presidente disse que a homenagem foi um pedido dele ao filho.


Perguntado sobre o motivo da morte do miliciano, Bolsonaro citou a imprensa dizendo que leu que seria "queima de arquivo".


Ao ser perguntado por que o filho condecorou o miliciano, Bolsonaro chamou o filho, Flávio, para esclarecer a homenagem. "Isso tem 15 anos", disse Flávio.


O senador lembrou que fez questão de pedir para não cremarem o corpo, já que "pelo que eu soube e como mostrou a revista Veja, ele foi torturado". "Pra falar o que? Com certeza não é pra falar sobre nós, porque não tem o que falar contra nós, não temos envolvimento nenhum com milícia", disse Flávio Bolsonaro, bem exaltado.


Bolsonaro e o filho encerraram a entrevista ao serem perguntados por que empregaram parentes do miliciano morto. Sem responder, seguiram para um evento evangélico do pastor RR Soares, na Enseada de Botafogo, zona sul do Rio.


Governo da Bahia não tem 'laços de amizade' com bandidos, rebate Rui Costa


O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse na tarde deste sábado, por meio de sua conta no Twitter, que o governo baiano "não mantém laços de amizade nem presta homenagens a bandidos nem procurados pela Justiça". Na rede social, o governador disse também que o Estado "não vai tolerar nunca milícias nem bandidagem" e que policiais têm direito de salvar suas próprias vidas quando atacados, "mesmo que os marginais tenham laços de amizade com a Presidência".


A declaração foi dada em duas postagens, em referência às afirmações feitas mais cedo pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, que apontou a "polícia da Bahia, do PT", pela morte do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, o capitão Adriano, no domingo passado no município de Esplanada, a 170 km de Salvador.


Em 2005, o então deputado estadual e hoje senador Flávio Bolsonaro (Sem Partido-RJ), filho mais velho do presidente da República, concedeu a Medalha Tiradentes, mais alta condecoração da Assembleia Legislativa, ao miliciano.


Flávio Bolsonaro também empregou a mãe e a mulher de Adriano.


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