A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (15), a Operação Guinhol para apurar supostas fraudes na aplicação de recursos destinados a candidaturas femininas em Pernambuco. O deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), presidente do PSL, está entre os alvos da ação, que cumpre nove mandados de busca expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).
Segundo a PF, há indícios de que os recursos destinados às candidaturas de mulheres foram usados "de forma fictícia" e "desviados para livre aplicação do partido e de seus gestores".
A corporação apontou que a operação tem como base um inquérito policial instaurado a pedido do TRE-PE para apurar a possível prática de omissão de declarações para fins eleitorais, apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral (artigos 350 e 354-A da Lei 4737/65) e associação criminosa (art 288 do Código Penal).
"Representantes locais de partido político teriam ocultado/disfarçado/omitido movimentações de recursos financeiros oriundos do fundo partidário, especialmente os destinados às candidaturas de mulheres", diz a PF.
A Polícia Federal informou que o nome da operação, Guinhol, faz referência a um marionete, "diante da possibilidade de candidatas terem sido utilizadas exclusivamente para movimentar transações financeiras escusas".
Situação 'fora de contexto', afirma defesa de Bivar e do PSL sobre ações da PF
A defesa do presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), e do partido em Pernambuco se manifestou sobre o mandado de busca e apreensão deflagrado nesta terça-feira, em um dos endereços do parlamentar e afirma que "vê a situação fora de contexto".
Na nota, divulgada pela assessoria de Bivar, o Escritório de Ademar Rigueira, que responde pela defesa do deputado e do PSL em Pernambuco, "enfatiza que o inquérito já se estende há 10 meses, já foram ouvidas diversas testemunhas e não há indícios de fraude no processo eleitoral". Para a defesa, a "busca é uma inversão da lógica da investigação, vista com muita estranheza pelo Escritório, principalmente por se estar vivenciando um momento de turbulência política".