MP investiga Guaidó por 'sabotagem elétrica'

Suspeita é de que opositor tenha envolvimento no maior apagão da história da Venezuela

Por: France Presse  -  13/03/19  -  22:31
Em Caracas, adversários de Maduro participaram de protesto no quinto dia de apagão de energia
Em Caracas, adversários de Maduro participaram de protesto no quinto dia de apagão de energia   Foto: Juan Barreto/AFP

A promotoria pública venezuelana, ligada ao governo, abriu uma investigação contra o líder da oposição Juan Guaidó, acusando-o de estar envolvido em uma “sabotagem” do sistema elétrico que causou o blecaute que paralisa o país por cinco dias.


O anúncio foi do procurador-geral Tarek William Saab, que se define como chavista. Ele disse que o líder da oposição, reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da Venezuela, emitiu uma série de mensagens “exaltando a violência” no meio desta “situação lamentável”. 


“Neste momento, ele aparece como um dos autores intelectuais dessa sabotagem elétrica e desse chamado praticamente a uma guerra civil em meio a esse apagão”, acrescentou.


O procurador disse, ainda, que esta investigação será adicionada a outra que foi aberta contra a oposição por “usurpação” das funções do presidente, quando Guaidó se autoproclamou presidente em 23 de janeiro invocando a Constituição.


“Isso não é casual, se soma a uma escalada de eventos violentos a partir da autoproclamação. A sabotagem elétrica é parte de uma escalada cada vez mais desesperada para derrubar um governo legitimamente constituído”, disse Saab.


Ele também lembrou que Guaidó desrespeitou a proibição de deixar o país, ditada pelo mais alto tribunal de justiça, quando entrou furtivamente na Colômbia para comandar uma operação fracassada de entrega de ajuda humanitária. 


Maduro atribuiu o apagão a um “ataque cibernético” contra a Usina Hidrelétrica de Guri (Bolívar, ao sul) pelos Estados Unidos e pela oposição, que, por sua vez, atribuiu a crise ao “negligência e corrupção” do governo. 


Emergência


A emergência, o pior corte de eletricidade que já afetou este país de 30 milhões de habitantes, mantém o serviço intermitente em vários setores, embora existam áreas do interior sem eletricidade desde a última quinta-feira.


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