O líder do Parlamento e autoproclamado presidente interino Juan Guaidó foi inabilitado para ocupar cargos públicos durante 15 anos, em um contexto cada vez mais crítico por um grande apagão e a disputa entre Washington e Moscou por suas relações com o país sul-americano.
A Controladoria Geral decidiu “desativar o exercício de qualquer cargo público do cidadão [Juan Guaidó] pelo prazo máximo estabelecido na lei”, declarou o controlador do governo, Elvis Amoroso, por meio da televisão estatal.
Em reação imediata, Guaidó declarou que desconhecerá a decisão da Controladoria Geral. “Não é um controlador [...] nem há uma inabilitação [...] O Parlamento legítimo é o único que pode nomear um controlador”, declarou, recordando que Elvis Amoroso foi nomeado pela Assembleia Constituinte no poder, ligada ao líder socialista Nicolás Maduro no poder.
A Contraloria alega que em suas declarações patrimoniais, Guaidó não justifica gastos feitos no país e no exterior, com recursos supostamente vindos do exterior.
“Ele fez mais de 91 viagens fora do território com um custo que ultrapassa 310 milhões de bolívares [cerca de US$ 94 mil], sem justificar a fonte de renda”, afirmou o controlador, acrescentando desde que assumiu o cargo de deputado, em 2016, Guaidó “ficou mais de 248 dias” no exterior.
Mobilizações por apagão
Na quarta-feira (27), Guaidó convocou protestos para sábado (30) pelos grandes apagões que atingiram o país desde o dia 7 de março.
Em resposta, Maduro pediu “uma grande mobilização em todo o país” contra o que qualifica um “novo ataque criminoso ao sistema elétrico”.
Um dia depois de o presidente Donald Trump afirmar que a Rússia deve sair da Venezuela, Moscou assegurou que suas tropas permanecerão no país sul-americano “o tempo que for necessário” e disse a Washington que não se “preocupe” com suas relações com Caracas.