'Ir para a cadeia? Está doido? De jeito nenhum', protesta senador Marcelo Castro

Ex-ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff diz que Código Penal é 'coisa para bandido' e não para político

Por: Do Estadão Conteúdo  -  11/07/19  -  20:58
Castro disse que é 'praticamente impossível' fazer campanha sem 'nenhum centavo não contabilizado'
Castro disse que é 'praticamente impossível' fazer campanha sem 'nenhum centavo não contabilizado'   Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O placar amplamente favorável à criminalização do caixa 2 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado revoltou o senador Marcelo Castro (MDB-PI), ex-ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff. Além dele, apenas o senador Rogério Carvalho (PT-SE) votaram contra. Foram 17 votos a 2.


Citado na delação da J&F como um dos beneficiados por recursos ilícitos na eleição de 2014, Castro disse que é "praticamente impossível" fazer campanha eleitoral sem "nenhum centavo não contabilizado", e defendeu o abrandamento da pena: em vez de prisão, perda de mandato e direitos políticos.


"Estamos entrando num caminho aqui, diante do qual é preciso uma reflexão. Vamos pensar, e eu topo: 'Pegou caixa dois, perdeu o mandato'. Perco o meu mandado tranquilo, vou para casa viver com a minha família. Agora, ir para cadeia? Está doido? De jeito nenhum", disse. Para o senador, o Código Penal é "coisa para bandido" e não para político.


Médico psiquiatra, Castro comparou o caixa 2 a um "vício". "Chegamos a um nível de promiscuidade tal que o melhor que a classe política faria seria ficar longe das empresas, por décadas, até se tirar esse vício", afirmou.


Executivos da J&F acusaram o senador em delação premiada de receber R$ 1 milhão como contrapartida para apoiar a candidatura do deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ) para a presidência da Câmara, em 2015. O caso tramita na Justiça Eleitoral. Procurado, Castro negou ter recebido a quantia e afirmou que a citação não resultou em investigação.


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