Bolsonaro sinaliza que governo não poderá continuar com o auxílio emergencial

'Se pagar R$ 5 mil por mês, ninguém trabalha mais', disse o presidente para apoiadores

Por: Do Estadão Conteúdo  -  07/01/21  -  16:02
Bolsonaro indicou que auxílio emergencial não continuará
Bolsonaro indicou que auxílio emergencial não continuará   Foto: Estadão Conteúdo

Pressionado a retomar o pagamento do auxílio emergencial, o presidente da República, Jair Bolsonaro, sinalizou nesta quinta-feira (7) a apoiadores que o governo federal não poderá continuar com o benefício. Após o fim do socorro social, parlamentares pressionam a União a lançar uma nova rodada em 2021 ou turbinar o Bolsa Família, previsto em R$ 34,9 bilhões.


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Na quarta-feira, 6, o candidato à presidência da Câmara Baleia Rossi (MDB-SP) defendeu a volta do auxílio emergencial e ou um Bolsa Família maior. Baleia enfrenta o deputado Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo Palácio do Planalto, na disputa. Nesta quinta, o candidato avulso à presidência da Câmara Fábio Ramalho (MDB-MG) também defendeu, em entrevista ao Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a retomada do pagamento do auxílio. O Congresso Nacional ainda não votou o Orçamento de 2021.


Em conversa com simpatizantes, um dos apoiadores disse a Bolsonaro que o chefe do Planalto recebeu muito apoio no interior do Amazonas após o pagamento do auxílio. O presidente, no entanto, evitou se comprometer com um benefício em 2021 e ironizou a situação afirmando que, se pagar R$ 5 mil por mês para a população, ninguém mais vai trabalhar.


"Qual país do mundo fez auxílio emergencial? Parecido foi nos Estados Unidos. Aqui, alguns querem torná-lo definitivo. Foram quase 68 milhões de pessoas. No começo, foram R$ 600. Vamos pagar para todo mundo R$ 5 mil por mês, ninguém trabalha mais, fica em casa."


Durante a pandemia de covid-19, o pagamento do auxílio emergencial reduziu momentaneamente os índices de pobreza e desigualdade. A situação, porém, pode levar o País de volta ao patamar da década de 1980 nesses índices, conforme o Broadcast Político mostrou.


O auxílio emergencial foi pago para que trabalhadores informais e desempregados pudessem adotar o isolamento social e evitar a doença, medida criticada por Bolsonaro.


Na quarta, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou o fechamento de atividades na capital e a manutenção apenas de serviços essenciais a partir da semana que vem. Bolsonaro não citou diretamente nenhum prefeito ou governador, mas criticou a possibilidade de novas decisões como essa.


"Se começar a fechar tudo de novo, vai quebrar o Brasil. O Brasil vai se empobrecer. Um país pobre, de famintos, a gente não sabe o que vai acontecer", afirmou o presidente.


Mais uma vez, ele declarou que o País está "quebrado" por conta da crise no setor público, inclusive nos municípios.


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