Bolsonaro classifica como “lamentável” remoção de páginas de aliados no Facebook

Pelo menos cinco pessoas do gabinete do presidente estão envolvidas na criação das contas que compartilhavam notícias falsas, material era seguido por 2 milhões de pessoas

Por: Por ATribuna.com.br & Com informações do Estadão Conteúdo &  -  10/07/20  -  13:49
Atualizado em 10/07/20 - 14:28
Presidente usou a tradicional live semanal para criticar a derrubada de páginas nas redes sociais
Presidente usou a tradicional live semanal para criticar a derrubada de páginas nas redes sociais   Foto: Reprodução/Redes Sociais

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou de “lamentável” o fato de o Facebook de sua plataforma ter removido conteúdo favorável ao ex-capitão do Exército. A empresa excluiu, ao menos, 14 páginas e um grupo sob a alegação de que essas contas compartilhavam notícias falsas. Cinco pessoas do gabinete  presidencial estão envolvidas na criação das contas, que somavam quase 2 milhões de seguidores. 


Em uma live nesta quinta-feira (9) à noite, Bolsonaro disse que as acusações que funcionários próximos a seu gabinete produzem conteúdo com discurso de ódio são parte de perseguição e tentativas de desgastar o seu governo. Ele usou boa parte de sua transmissão semanal para criticar a derrubada de páginas e perfis do Facebook de aliados, sem criticar a empresa diretamente.  


“A onda agora é para dizer que as páginas da família Bolsonaro e de assessores, que ganham dinheiro público para isso, promovem o ódio. Eu desafio a imprensa apontar um texto meu de ódio ou dessas pessoas que estão do meu lado”, disse. 


Bolsonaro mostrou, ainda, postagens de adversários que faziam apologia a sua morte e não comentou as investigações que mostram transmissões coordenadas de conteúdo falso. “Tentam no tapetão o tempo todo derrubar a chapa Bolsonaro-Mourão, ou desqualificar ou desgastar o governo, mas não apresentam uma prova sequer”, afirmou.  


O presidente invocou a liberdade de imprensa para defender a manutenção de conteúdo favorável nas redes sociais de forma geral. “O que que é ódio? Me apresentem um texto que tenha saído numa mídia social qualquer minha, batendo no Legislativo ou no Judiciário, o que for. É lamentável o que vem acontecendo, nós não podemos perder essa liberdade de imprensa. Isso me elegeu Presidente da República”, disse. 


O Facebook anunciou nesta quarta-feira (8) ter derrubado uma rede de contas e perfis ligados a integrantes do gabinete do presidente, a seus filhos. A plataforma identificou pelo menos cinco funcionários e ex-auxiliares que disseminavam ataques a adversários políticos de Bolsonaro e conteúdo com desinformação. Nessa lista está Tercio Arnaud Thomaz, que é assessor do presidente e integra o chamado “gabinete do ódio”, núcleo instalado no terceiro andar do Palácio do Planalto.   


Cloroquina  


Com uma caixa de cloroquina sobre a mesa, o presidente também disse que começou a tomar a medicação antes de receber o resultado positivo para a Covid-19. Bolsonaro tem defendido o uso do medicamento, apesar da falta de evidências científicas que comprovem a eficácia contra o novo coronavírus.  


O presidente também disse ter conhecimento que nenhum remédio tem comprovação científica contra a Covid-19 e negou estar fazendo propaganda do medicamento. “Quem não quiser tomar a cloroquina, que não tome, mas não fique querendo proibir”, disse e em seguida desafiou os críticos do medicamento a apresentarem uma alternativa. 


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