Vingança teria motivado assassinato de menina Kauani em Mongaguá

Corpo da criança, de apenas seis anos, foi encaminhado ao IML de Praia Grande para indicar se ela foi violentada ou não

Por: De A Tribuna On-Line & Com informações de Eduardo Velozo Fuccia &  -  23/04/19  -  13:23
Acusado confessou ter jogado o corpo de Kauani na vala
Acusado confessou ter jogado o corpo de Kauani na vala   Foto: Divulgação/PC

O corpo da estudante Kauani Christiny Soares Rodrigues, de seis anos, foi encaminhado, nesta terça-feira (23), ao IML de Praia Grande para indicar se ela foi violentada ou não. Segundo o delegado Ruy de Matos, Rodrigo de Paula Sales, de 28 anos, revelou ter cometido o crime por vingança e negou o estupro da criança. 


"À principio, ele afirmara que não fizera nada contra a vítima. Mas posteriormente, já no interrogatório, ele disse que houve um desentendimento na festa e, por conta disso, buscou uma vingança. Na hora em que desceu do piso superior, onde havia a festa, para o segundo piso ele viu a criança, a carregou nos braços e trouxe para o estacionamento. O cidadão a levou para 200 metros do local onde ele subtraiu a criança e a matou", afirmou o delegado em entrevista à TV Tribuna. 


Ruy de Matos também diz que Rodrigo já havia comparecido à delegacia na quinta-feira (18), mas foi dispensado por falta de indicios contra ele. 


Kauani foi encontrada morta na tarde de segunda-feira (22) em Mongaguá
Kauani foi encontrada morta na tarde de segunda-feira (22) em Mongaguá   Foto: 22

"O que nos chamou atenção foi que ele sumiu depois disso. Na segunda-feira (22) ele passou longe e, quando apontaram, trouxemos pra cá. Aqui nossa equipe foi dividida. Uma parte entrevistou o cidadão, outra foi atrás de imagens de monitoramento, e um terceiro grupo participou das buscas. Então, lá pelas 17h, ele assumiu. Disse que realmente esganara a criança e jogara na vala. Indicou o local, fomos até lá e encontramos o corpo da criança parcialmente submerso", revelou. 


Entenda o caso


A estudante Kauani Christiny Soares Rodrigues, de seis anos, que estava desaparecida desde quarta-feira da semana passada, foi encontrada morta dentro de uma vala, às 17h, desta segunda-feira (22), por policiais da Delegacia Sede de Mongaguá.


A menina estava com a calça arriada, razão pela qual suspeita-se que tenha sido estuprada. Rodrigo de Paula Sales, de 28 anos, foi detido e confessou ter jogado a criança na vala, mas nega a prática de abuso sexual.


A vala fica na Avenida Sorocabana, no bairro Agenor de Campos, a cerca de dez quarteirões do imóvel onde Kauani residia. O sumiço da garota foi percebido pela sua mãe, Diana Soares de Lira, de 34 anos, por volta das 2h.


Corpo de Kauani foi encontrado em uma vala na Avenida Sorocabana, no bairro Agenor de Campos
Corpo de Kauani foi encontrado em uma vala na Avenida Sorocabana, no bairro Agenor de Campos   Foto: Arquivo

Ao se dirigir ao quarto onde a filha dormia, a mulher constatou que a criança não mais estava na casa, em Mongaguá. No imóvel, já funcionou um restaurante. Após o encerramento das atividades do comércio, ele foi invadido por famílias carentes.


O antigo restaurante fica na Avenida Governador Mario Covas Júnior, no Parque Marinho, próximo à Plataforma de Pesca. Segundo o chefe dos investigadores Rogério Pinto, o rapaz tinha acesso ao lugar. Pesquisa preliminar acusou que Rodrigo possui uma passagem por tráfico de drogas.


“Ele contou que estava no antigo restaurante no dia do desaparecimento, porque lá houve uma festa. Ele afirmou que estava ‘muito louco’ e, na hora de ir embora, sequestrou a menina, sem saber o motivo”, informou o investigador.


Rogério Pinto também disse que o rapaz nega violência sexual, mas só perícia poderá esclarecer essa suspeita. De acordo com o delegado Ruy de Matos Pereira Filho, por ora, são certos os crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.


As declarações foram prestadas de modo informal, logo após o jovem ser localizado pela equipe de Ruy de Matos, por volta das 12h30 desta segunda-feira, e indicar o lugar onde escondeu o corpo da estudante.


Segundo o rapaz, a vítima estava viva quando foi jogada na vala. Os policiais já estavam no encalço do suspeito, porque apuraram que ele esteve no antigo restaurante na data do desaparecimento, não sendo mais encontrado após o sumiço de Kauani.


Logo A Tribuna
Newsletter