Taxista se revolta com concorrência, vive 'dia de fúria' e incendeia patinetes elétricos em Santos

Homem de 42 anos considerou ato como 'impensado'. Ele foi procurado durante um mês, até ser localizado por conta de imagens de câmeras de monitoramento

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  31/01/20  -  18:27
Bombeiros se mobilizaram para apagar o incêndio em patinetes
Bombeiros se mobilizaram para apagar o incêndio em patinetes   Foto: Reprodução

Um taxista de 42 anos ateou fogo em cinco patinetes elétricos em Santos. Ele foi identificado por policiais do 4º DP após investigações que duraram mais de um mês. O motorista disse estar arrependido e atribuiu o seu ato ao fato de ter “perdido tudo” por causa da empresa que explora os equipamentos danificados.


Os patinetes foram incendiados na noite de 3 de dezembro de 2019, uma terça-feira, na Rua da Constituição, na Vila Mathias. Três equipamentos foram pegos na Avenida Conselheiro Nébias e, os demais, na Avenida Washington Luiz. O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado.


Analisando imagens de câmeras de segurança, os investigadores José Benedicto Camargo, Heloísa Gênio e Leandro de Menezes conseguiram reconstituir a rota feita pelo vândalo e apuraram que ele dirigia um táxi Meriva prata.


Não foi possível identificar pelas imagens a placa do veículo. Porém, posteriormente, houve uma denúncia anônima por telefone revelando o emplacamento. “De fato, a placa passada bate com a de um Meriva prata e identificamos o seu dono”, conta Camargo.


Sem antecedente criminal, o taxista foi procurado inicialmente no Gonzaga, em um endereço que ainda consta como sendo seu no sistema de dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).


Neste local, os investigadores souberam que o motorista se mudou para a Zona Noroeste e lá o encontraram. Em interrogatório no distrito policial, ele confessou ter jogado combustível nos patinetes e ateado fogo, sendo indiciado pelo crime de dano pela delegada Deborah Peres Lázaro.


Segundo a titular do 4º DP, o delito foi qualificado, porque houve a utilização de substância inflamável. Nesta hipótese, a pena é de seis meses a três anos de detenção, além de multa.


Câmera de monitoramento flagra taxista recolhendo patinetes antes de incendiá-los
Câmera de monitoramento flagra taxista recolhendo patinetes antes de incendiá-los   Foto: Reprodução

Justificativa


O motorista disse que a sua atividade de taxista foi prejudicada com os aplicativos de transporte de passageiros. A sua receita caiu por causa da concorrência e, um desses aplicativos, também o “prejudicou” ao passar a explorar o compartilhamento de patinetes elétricos em Santos.


Sem a renda que antes recebia como taxista, o motorista contou que começou a trabalhar no ano passado como “líder” de uma startup de compartilhamento de patinetes elétricos. Porém, ela encerrou as suas atividades em Santos e mais 13 cidades do país.


Classificando a sua conduta de “ato impensado”, o acusado afirmou tomar remédio para depressão, sugerindo que pôde ter agido sob o efeito do medicamento. O motorista disse que deixou de atuar como taxista, porque o seu carro tem mais de oito anos de fabricação (limite previsto pela legislação municipal).


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