Suspeito de morte de holandesa em trilha de Maresias é liberado por falta de provas

Policiais do 2º DP de São Sebastião (Boiçucanga) investigam o crime que vitimou a estudante de Veterinária Júlia Rosenberg Pearson

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  08/07/20  -  15:37

O lugar é paradisíaco, mas esconde os seus perigos. Em um dos trechos mais bonitos do litoral brasileiro, a estudante holandesa de Veterinária Júlia Rosenberg Pearson, de 21 anos, foi roubada, morta e teve o corpo enterrado. Ela saiu a pé de sua casa em Paúba com destino a Maresias. O percurso entre as praias seria feito por uma trilha entre o mar e a Rodovia Rio-Santos, mas não se completou. Havia um assassino no caminho. Um homem suspeito chegou a ser detido, mas foi liberado por falta de provas.


Policiais do 2º DP de São Sebastião (Boiçucanga) investigam o crime. O corpo da universitária foi encontrado no início da tarde de segunda-feira (6), mas o mistério começou por volta das 13 horas de domingo (5). Nestes dia e horário, a bióloga Carla Rosenberg, de 62 anos, mãe de Júlia, compareceu ao distrito policial para comunicar o desaparecimento da filha.


Trilha onde Júlia Rosenberg foi encontrada morta
Trilha onde Júlia Rosenberg foi encontrada morta   Foto: Reprodução

De acordo a mãe, Júlia saiu de casa às 6h50 de domingo. O objetivo era caminhar de Paúba a Maresias por meio da trilha do morro que separa as praias. Apesar de a jovem ter o hábito de realizar esse percurso, a bióloga justificou estar preocupada porque a filha não havia retornado da caminhada que costumava concluir em cerca de uma hora em média. Uma câmera de segurança registrou a presença de Júlia na entrada do morro.


A partir da última imagem da estudante com vida, foram iniciadas buscas para localizá-la. Neste trabalho de varredura, o Corpo de Bombeiros contou com o auxílio de moradores da área. Na segunda-feira, o corpo da universitária foi encontrado em uma cova rasa. O cadáver estava coberto por folhas e estava próximo a uma antena de transmissão de telefonia móvel, nas imediações de um reservatório de água.


Asfixia, suspeito e álibi


A cinta da pochete da estudante foi utilizada para estrangulá-la e estava envolta ao seu pescoço. A pequena bolsa não foi encontrada, como também sumiram o celular e o par de tênis da vítima. A suspeita de eventual violência sexual ainda não foi confirmada. Dentro da boca da universitária havia uma máscara de tecido, que deve ter contribuído para a aceleração e consumação da asfixia mecânica.


O local do encontro do cadáver é íngreme e de difícil acesso, pois se trata de uma trilha secundária. Ainda na segunda-feira, com base em denúncia anônima, um suspeito foi detido. Ele negou participação na morte de Júlia, aceitou fornecer material genético caso seja necessário para posterior perícia e apresentou um álibi, que confirmou a sua versão, com pequenas contradições. Por falta de provas, este homem foi liberado.


A equipe do delegado Alexandre Bertolini e do investigador Ricardo Marques já coletou gravações de diversas câmeras de vigilância. As imagens são examinadas na tentativa de identificar as pessoas que ingressaram e saíram da trilha, antes e após o provável horário do crime, na manhã de domingo. Outras pistas são checadas, mas elas não são reveladas para não prejudicar as investigações.


Júlia Rosenberg Pearson, de 21 anos, foi encontrada morta
Júlia Rosenberg Pearson, de 21 anos, foi encontrada morta   Foto: Reprodução/Facebook

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