O lugar é paradisíaco, mas esconde os seus perigos. Em um dos trechos mais bonitos do litoral brasileiro, a estudante holandesa de Veterinária Júlia Rosenberg Pearson, de 21 anos, foi roubada, morta e teve o corpo enterrado. Ela saiu a pé de sua casa em Paúba com destino a Maresias. O percurso entre as praias seria feito por uma trilha entre o mar e a Rodovia Rio-Santos, mas não se completou. Havia um assassino no caminho. Um homem suspeito chegou a ser detido, mas foi liberado por falta de provas.
Policiais do 2º DP de São Sebastião (Boiçucanga) investigam o crime. O corpo da universitária foi encontrado no início da tarde de segunda-feira (6), mas o mistério começou por volta das 13 horas de domingo (5). Nestes dia e horário, a bióloga Carla Rosenberg, de 62 anos, mãe de Júlia, compareceu ao distrito policial para comunicar o desaparecimento da filha.
De acordo a mãe, Júlia saiu de casa às 6h50 de domingo. O objetivo era caminhar de Paúba a Maresias por meio da trilha do morro que separa as praias. Apesar de a jovem ter o hábito de realizar esse percurso, a bióloga justificou estar preocupada porque a filha não havia retornado da caminhada que costumava concluir em cerca de uma hora em média. Uma câmera de segurança registrou a presença de Júlia na entrada do morro.
A partir da última imagem da estudante com vida, foram iniciadas buscas para localizá-la. Neste trabalho de varredura, o Corpo de Bombeiros contou com o auxílio de moradores da área. Na segunda-feira, o corpo da universitária foi encontrado em uma cova rasa. O cadáver estava coberto por folhas e estava próximo a uma antena de transmissão de telefonia móvel, nas imediações de um reservatório de água.
Asfixia, suspeito e álibi
A cinta da pochete da estudante foi utilizada para estrangulá-la e estava envolta ao seu pescoço. A pequena bolsa não foi encontrada, como também sumiram o celular e o par de tênis da vítima. A suspeita de eventual violência sexual ainda não foi confirmada. Dentro da boca da universitária havia uma máscara de tecido, que deve ter contribuído para a aceleração e consumação da asfixia mecânica.
O local do encontro do cadáver é íngreme e de difícil acesso, pois se trata de uma trilha secundária. Ainda na segunda-feira, com base em denúncia anônima, um suspeito foi detido. Ele negou participação na morte de Júlia, aceitou fornecer material genético caso seja necessário para posterior perícia e apresentou um álibi, que confirmou a sua versão, com pequenas contradições. Por falta de provas, este homem foi liberado.
A equipe do delegado Alexandre Bertolini e do investigador Ricardo Marques já coletou gravações de diversas câmeras de vigilância. As imagens são examinadas na tentativa de identificar as pessoas que ingressaram e saíram da trilha, antes e após o provável horário do crime, na manhã de domingo. Outras pistas são checadas, mas elas não são reveladas para não prejudicar as investigações.