Quadrilha utilizava casa para aplicar golpes pela internet em Praia Grande

As práticas criminosas atingiam, entre outros, beneficiários do Auxílio Emergencial. Uma pessoa do grupo foi preso

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  03/09/20  -  21:03
Materiais supostamente usados para as atividades criminosas foram apreendidas
Materiais supostamente usados para as atividades criminosas foram apreendidas   Foto: Divulgação/Polícia Civil

Uma casa na Vila Sônia, em Praia Grande, era utilizada como central de golpes cometidos por uma quadrilha especializada neste tipo de crime. As fraudes eram realizadas por meio da internet e lesou até beneficiários do Auxílio Emergencial - criado pelo Governo Federal para abrandar os impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus. Um integrante do grupo foi preso em flagrante.


A equipe do delegado Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior e do investigador Paulo Carvalhal, da 1ª Delegacia de Investigações Criminais de Santos, apurou indícios da participação de Felipe Rodrigues Santana, de 30 anos. Ele mora na Vila Sônia e frequenta outra residência no mesmo bairro.


De posse de mandados de busca e apreensão para os dois endereços, os policiais foram na manhã de quarta-feira (2), inicialmente, à residência do investigado. No imóvel estavam Felipe, a sua mulher e o seu filho. Durante buscas neste imóvel, foi apreendido farto material utilizado nas fraudes, além de um revólver calibre 38.


Os policiais recolheram três celulares, notebook, caderno com anotações de números de contas bancárias, 20 chips de telefonia, duas máquinas de cartão de crédito/débito, R$ 880,00 e documentos supostamente relacionados aos golpes. Os chips estavam grudados ao lado das anotações de contas bancárias.


Policiais localizaram um revólver calibre 38 com um dos integrantes da quadrilha
Policiais localizaram um revólver calibre 38 com um dos integrantes da quadrilha   Foto: Divulgação/Polícia Civil

De acordo com os investigadores, a quadrilha é integrada por diversas pessoas, que dividem tarefas e mantêm entre si níveis de hierarquia. A função de Felipe, entre outras, seria a de recrutar laranjas, em cujas contas bancárias era transferido o dinheiro obtido com as fraudes.


A menor parte dos recursos desviados ficava com os titulares das contas. Felipe recebia um percentual mais elevado e o restante (maior quantia) era repassado para o restante do bando, em especial, aos líderes do esquema.


Com indícios de ter sido comprado com recursos de origem ilícita, um Hyundai HB20 foi apreendido. O carro estava estacionado na frente da casa de Felipe. Quanto ao revólver, que está com a numeração raspada, o acusado alegou tê-lo adquirido de um desconhecido para a sua defesa.


Nada de interesse às investigações foi encontrado no segundo imóvel. A casa está mobiliada, mas ninguém se encontrava nela. Felipe admitiu aos policiais que esta moradia servia exclusivamente para o cometimento dos golpes. O delegado Leonardo Amorim Nunes Rival indiciou o acusado por estelionato e o autuou em flagrante pelos crimes de associação criminosa e posse ilegal de arma de fogo.


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