Polícia investiga caso de surdo torturado por colegas de trabalho em supermercado

Funcionários gravaram vídeo com vítima amarrada e presa a um corrimão de uma escada. Agressor pede que o jovem mande um beijo para a câmera

Por: De A Tribuna On-line  -  09/10/19  -  15:37
Atualizado em 09/10/19 - 15:46

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga um caso de tortura e injúria contra um jovem surdo, de 22 anos, em um supermercado, no município de Caxias do Sul. Segundo informações do portal de notícias G1, o caso aconteceu no dia 26 de setembro, Dia Nacional do Surdo e a Luta pela Inclusão.


O rapaz, que é funcionário do local, foi amarrado e preso a um corrimão por colegas de trabalho. Os agressores gravaram um vídeo, onde a vítima é chamada de "mudinho"  e tenta se soltar. Um dos envolvidos ainda pede que o jovem mande um beijo para a câmera. 


Nas imagens, um açougueiro puxa as sacolas que amarram a vítima, mas não o solta. O agressor, aos risos, ainda comenta com outros funcionários que o jovem "é um vagabundo". 


Funcionário foi amarrado com sacolas plásticas em corrimão de escada
Funcionário foi amarrado com sacolas plásticas em corrimão de escada   Foto: Reprodução/TV RBS

Os dois funcionários responsáveis pelo vídeo foram identificados e demitidos por justa causa após o Grupo Andreazza, responsável pelo estabelecimento ter conhecimento do fato.


A mãe da vítima ainda contou à Polícia que o filho trabalha no local há cinco anos já teria sido alvo de "brincadeiras" de um repositor e um açougueiro, mas que, desta vez, a situação havia passado dos limites


Segundo o site de notícias "Pioneiro", do Rio Grande do Sul, o delegado Vítor Carnaúba, responsável pelo caso, definiu a cena como ridícula e descabida. "Pela análise dos depoimentos e das imagens, entendemos que, além de injúria racial, se trata, em tese, de um crime de tortura. Entendemos como tortura, pois é submeter uma pessoa, que tem alguma deficiência e não tem meios de se defender, a uma situação vexatória e humilhante. É um intenso sofrimento, logo, é uma tortura", relatou.


Em nota, o Grupo Andreazza expressou repúdio pelo caso e que presta solidariedade e suporte ao funcionário, além de sua família. A empresa ainda destacou que se coloca à disposição das autoridades competentes para possíveis esclarecimentos complementares.


*com informações do G1 e Pioneiro


Logo A Tribuna
Newsletter