A reação foi se desfazer da prova material do crime. Para isso, o investigado de tráfico jogou pela janela do 5º andar do edifício do José Menino, em Santos, um embrulho contendo cocaína. O pó se espalhou pelo ar, mas sobraram 7,5 gramas, recolhidos por um policial que estava no térreo. A quantidade apreendida foi suficiente para Mario Forganes Júnior, o Marinho Naval, de 62 anos, ir mais uma vez para a cadeia.
Velho conhecido nos meios policiais pelo seu envolvimento no passado com o comércio de drogas, Marinho Naval pagou tudo o que devia à Justiça. Há muito tempo o seu nome não era mencionado em investigações, dando a impressão de que estava regenerado. No entanto, recentemente, policiais do 2º DP de Santos começaram a apurar o suposto retorno do acusado à atividade que lhe deu popularidade no crime: o tráfico.
Sob o comando do delegado Alexandre Aranha, os policiais reuniram indícios de que Naval continuava a traficar e descobriram o seu atual endereço, no prédio localizado na esquina da Avenida Presidente Wilson com a Rua Santa Catarina. Para revistar o imóvel, foi requerido mandado de busca e apreensão, que foi expedido pela 5ª Vara Criminal de Santos. O cumprimento da ordem judicial ocorreu na manhã de terça-feira (15).
Dois investigadores entraram no condomínio e um terceiro permaneceu vigiando o edifício da calçada. A campainha do apartamento foi tocada, mas ninguém atendeu. Como a porta de serviço estava aberta, os investigadores entraram no imóvel. Próximo à janela do quarto, Marinho Naval jogou através dela um embrulho de plástico contendo cocaína, que se abriu durante a queda.
Apesar de a maior parte do pó se dissipar pelo ar, o policial que permaneceu na rua conseguiu recuperar o embrulho no solo. A calçada estava molhada devido à chuva, mas isso não impediu a realização de perícia no material, que teve resultado positivo para cocaína. No apartamento, os demais agentes apreenderam R$ 9.616,00, balança e anotações supostamente relacionadas ao comércio de entorpecente.
Aranha considerou irrelevante a pequena quantidade de cocaína apreendida e autuou Marinho Naval por tráfico, cuja pena varia de cinco a 15 anos de reclusão. Segundo o delegado, o enquadramento do acusado por este crime se justifica pelos indícios de que a droga se destinava ao comércio, tais como os antecedentes do preso e o dinheiro e demais materiais encontrados em seu apartamento. (EVF)