Polícia Civil investiga morte de pedreiro a canivetadas em Cubatão

Adriano Antônio Lima da Silva, de 30 anos, foi ferido na manhã de sábado e morreu no hospital

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  29/04/20  -  10:13
Polícia abriu inquérito para investigar morte de pedreiro em Cubatão
Polícia abriu inquérito para investigar morte de pedreiro em Cubatão   Foto: Reprodução

A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte a canivetadas do pedreiro Adriano Antônio Lima da Silva, de 30 anos, na Ilha Caraguatá, em Cubatão. A família diz que houve um assassinato motivado por desentendimento relacionado a um serviço para o qual fora contratado. Autor dos golpes, um pizzaiolo, de 23 anos, confirma a origem da discussão, mas alega que agiu em legítima defesa.


O crime aconteceu na manhã do último sábado (25), dentro e na frente da casa do pizzaiolo. Após ser golpeado pelo suspeito, o pedreiro ainda teria fugido pedalando uma bicicleta, mas logo perdeu as forças e foi levado em estado grave à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Casqueiro. A vítima precisou ser transferida ao Hospital Municipal de Cubatão e faleceu às 4h40 de segunda-feira (27).


No próprio dia do crime, o caso foi registrado na Delegacia Sede de Cubatão como “lesão corporal”. Procurado em casa por policiais militares, o pizzaiolo não foi achado, mas compareceu espontaneamente à repartição policial durante a elaboração do boletim de ocorrência para apresentar a sua versão. Embora a notícia inicial seja a de que a arma do crime foi uma faca, o autor do ataque conta que usou um canivete, dispensado durante sua fuga.


Sem flagrante


O delegado Pedro Augusto Losada Correia optou por não autuar o pizzaiolo em flagrante por alguns fatores. Um deles diz respeito à apresentação espontânea à delegacia. Outro refere-se à ausência de testemunhas presenciais do crime, até aquele momento, que pudessem esclarecer o episódio. Por fim, foi levada em conta a versão do autor dos golpes, segundo a qual ele agiu em legítima defesa própria e da mãe, de 64 anos.


De acordo com o pizzaiolo, que mora com a mãe, ela contratou Adriano para realizar um serviço no imóvel, pagando-lhe uma parte adiantada. No entanto, a vítima não teria cumprido o combinado e a idosa contratou outro trabalhador. Ao buscar ferramentas que havia deixado na casa da cliente, a vítima a teria ameaçado. Ao intervir em defesa da mãe, o pizzaiolo passou a ser o alvo da fúria do pedreiro.


Em sua narrativa, o suspeito detalha que o pedreiro pegou uma marreta e começou a quebrar o piso da sala que ele próprio havia colocado. Na sequência, Adriano usou a ferramenta para atingir o braço esquerdo do pizzaiolo. Neste momento, ainda conforme o filho da dona da residência, ele armou-se com o canivete para defender a si e à mãe. Duas canivetadas foram dadas dentro do imóvel e a terceira ocorreu na rua.


Redes sociais


Texto postado nas redes sociais de autoria de uma pessoa que se denomina “membro da família” de Adriano aponta a mãe do pizzaiolo como a autora das supostas facadas. A mulher ainda é acusada de ter premeditado o crime ao combinar o horário para o pedreiro buscar as suas ferramentas na casa dela. Conforme a publicação, a vítima faltou três dias no serviço por motivo de saúde, mas tinha a intenção de concluí-lo.


No entanto, a mãe do pizzaiolo preferiu contratar outro pedreiro e não pagar o que ainda deveria à vítima. “Adriano passou por cirurgias, mas não resistiu. Faleceu na sexta-feira de madrugada. Infelizmente, os golpes de faca pegaram nos rins, no estômago, nas costas, nos braços e perfurou o pulmão”, afirma a postagem, equivocando-se sobre o dia correto do falecimento. O pedreiro também residia na Ilha Caraguatá e deixa duas filhas.


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