A Polícia Civil em Guarujá instaurou inquérito de estelionato para apurar o comércio clandestino de cartões de transporte da empresa de ônibus City. Por enquanto, um casal suspeito de envolvimento no esquema já foi identificado.
Como a Prefeitura de Guarujá subsidia as tarifas à população, realizando a devida remuneração à empresa concessionária para cada passageiro transportado, o Poder Público municipal é a principal vítima desse mercado negro.
A venda ilegal de passagens é conhecida pelos usuários como “janelinha”. Ela costuma ocorrer principalmente nos pontos de ônibus de maior movimento, como na Rodoviária e no terminal anexo à estação de barcas que fazem a travessia Guarujá-Santos.
Para coibir o esquema, fiscais da empresa City começaram a ficar mais atentos nesses lugares. Na terça-feira (13), eles flagraram um homem de 34 anos, na Rodoviária, entregando um cartão de transporte para um passageiro, que embarcou em um coletivo e foi embora sem ser identificado.
Porém, o suspeito que realizou a entrega foi abordado, sendo com ele encontrados quatro cartões de transporte da City. De modo informal, o homem revelou que os comprou recentemente de uma mulher, de 43 anos.
O averiguado indicou um ponto de ônibus nas imediações do local da sua abordagem, onde a suspeita estaria naquele momento, possibilitando a detenção dela. Na bolsa da suspeita, foram achados mais 31 cartões de transporte em nome de pessoas diferentes.
A mulher admitiu a entrega dos quatro cartões apreendidos com o homem, mas negou que os tivesse vendido. Sobre os cartões que portava, ela não forneceu informações convincentes, limitando-se a refutar a prática popularmente chamada de janelinha.
Policiais militares foram acionados e conduziram o casal à Delegacia Sede de Guarujá. A suspeita também portava três cadernetas com a suposta contabilidade do comércio clandestino. Anotações revelam que ela teria ganho R$ 15 mil em apenas três dias com a venda ilegal de passagens.
O delegado Fabrício Godinho registrou o caso em boletim de ocorrência e instaurou inquérito policial para investigar a extensão da fraude e identificar mais envolvidos no esquema.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Defesa e Convivência Social (Sedecon) explicou que, além dos cofres municipais, o mercado negro da venda de passagens lesa as empresas adquirentes de cartões de transportes para os seus funcionários.
Ainda conforme o comunicado da Sedecon, o cidadão que utilizar a gratuidade de forma indevida pode ser preso em flagrante delito. Ele ainda pode ser responsabilizado civilmente para ressarcir os prejuízos causados.