PM salva do tribunal do crime mãe de bebê morto em Praia Grande

Jovem era mantida em cárcere privado em barraco. Trio armado com fuzil e pistolas vigiava cativeiro em São Vicente

Por: Eduardo Velozo Fuccia & De A Tribuna On-line &  -  09/01/20  -  20:17
Giulia foi mantida em cativeiro por criminosos em São Vicente
Giulia foi mantida em cativeiro por criminosos em São Vicente

Mantida em cárcere privado dentro de um barraco em São Vicente, a mãe do bebê morto em Praia Grande escapou de ser submetida a sessão do tribunal do crime graças à intervenção de policiais militares.


Giulia de Andrade Cândido, de 21 anos, foi libertada do local onde era mantida em cativeiro por acaso. Três bandidos que estavam na frente do cativeiro armados com fuzil e duas pistolas conseguiram fugir.


Dois soldados do 39º BPM/I realizavam patrulhamento de rotina pela Avenida Sambaiatuba, no bairro Jóquei Clube. Eram cerca de 15h30 de quarta-feira e eles desconfiaram de uma aglomeração no início de um beco.


Entre as pessoas, estavam os três homens armados. Os PMs os reconheceram como criminosos da região. Um deles é apelidado por 'Chelo'. O trio e os demais populares fugiram com a chegada de reforço policial.


Pena de morte


Mãe de criança foi presa por falso testemunho após tentar acobertar ação de companheiro
Mãe de criança foi presa por falso testemunho após tentar acobertar ação de companheiro   Foto: Arquivo pessoal

Com a vinda do apoio e a dispersão dos suspeitos, os soldados puderam se aproximar com segurança do local da aglomeração. O barraco que era cercado pelo grupo foi vistoriado e nele estava Giulia.


Segundo a jovem, ela acredita que estavam impedindo-a de sair do local porque seria julgada pelo tribunal do crime. Nessas sessões informais, facções criminosas realizam julgamentos e executam as penas, que podem variar de castigos físicos até a morte.


Giulia é mãe de Anthony Daniel de Andrade Moraes, de 1 ano e três meses. No início da madrugada de segunda-feira, o bebê foi levado morto por ela e pelo padrasto à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Samambaia, em Praia Grande.


A criança apresentava mordidas no rosto e várias fraturas pelo corpo. O padrasto Ronaldo Silvestrini Júnior, de 22 anos, foi autuado em flagrante por homicídio triplamente qualificado e recolhido à cadeia.


Acusada de tentar acobertar o companheiro, apresentando versão de suposto acidente doméstico (queda de escada), Giulia foi autuada em flagrante por falso testemunho. Porém, em audiência de custódia, a jovem foi libertada pela Justiça.


O crime contra o bebê aconteceu na casa onde ele morava com a mãe e o padrasto, no bairro Melvi, em Praia Grande. Receosa de voltar para o endereço após ser solta e sofrer alguma retaliação, Giulia decidiu se abrigar na casa de uma tia, em São Vicente.


Porém, devido à repercussão do caso, bandidos da favela do Sambaiatuba identificaram Giulia e se preparavam para julgá-la. Facções criminosas não admitem delações, crimes cometidos contra moradores da própria comunidade e, principalmente, violência contra crianças.


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