PF fecha o cerco a braço financeiro do PCC na Baixada Santista

Operação Rei do Crime determinou o bloqueio de R$ 730 milhões e sequestro de 32 automóveis, dois helicópteros, um iate, 58 caminhões e 42 reboque e semirreboque

Por: Por ATribuna.com.br  -  30/09/20  -  11:13
Atualizado em 30/09/20 - 11:14
Computadores e celulares foram apreendidos pela Polícia na casa do investigado
Computadores e celulares foram apreendidos pela Polícia na casa do investigado   Foto: Divulgação/Agência Brasil

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (30), a Operação Rei do Crime, com o objetivo de desarticular braço financeiro de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulistas. São cumpridos mandados em apartamentos de luxo e empresas de Guarujá, Mongaguá, bem como municípios da Grande São Paulo, Paraná e Santa Catarina.


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Nesta fase, a Justiça determinou a interdição de mais de 70 empresas e o bloqueio de contas bancárias em valor superior a R$ 730 milhões. Os mandados foram expedidos pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo.


Conforme apuração da Polícia Federal, postos de combustíveis eram utilizados para lavagem de dinheiro oriundo de crimes. A corporação classificou o aparato como “um importante e sofisticado braço financeiro que opera há mais de dez anos em benefício da chamada sintonia final de facção criminosa paulista”.


Cerca de 200 policiais federais cumprem 13 mandados de prisão preventiva, 43 mandados de busca e apreensão. Há ainda o sequestro de 32 automóveis, nove motocicletas, dois helicópteros, um iate, três motos aquáticas, 58 caminhões e 42 reboque e semirreboque, com valor aproximado que ultrapassa os de R$ 32 milhões em bens sequestrados da facção criminosa.


Além disso, foi determinado o bloqueio de valores de mais de R$ 730 milhões que se encontram em contas bancárias dos investigados e de pessoas jurídicas ligadas direta ou indiretamente com os fatos investigados. Houve ainda o bloqueio, junto aos cartórios de imóveis dos estados de São Paulo e Santa Catarina, de bens imóveis de pessoas físicas e jurídicas, impossibilitando a alienação de tais bens.


Entre os alvos das medidas judiciais estão empresários do setor de combustíveis e uma pessoa que foi condenada pelo envolvimento no furto ao Banco Central do Brasil, ocorrido em Fortaleza (CE), no ano de 2005. Todos eles, ao todo vinte indiciados, responderão pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.


Durante a investigação, a Polícia Federal rastreou movimentações financeiras e identificou a existência de uma rede de combustíveis, inclusive uma distribuidora, que atuava em benefício da facção criminosa, lavando ativos de origem ilícita, através de empresas com atuação sólida no mercado e de empresas de fachada ou compostas por interpostas pessoas.


O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) também forneceu relatórios de inteligência financeira à Polícia Federal apontando movimentações atípicas do grupo investigado, cujo valor ultrapassa a cifra de R$ 30 bilhões.


O foco das investigações na estrutura financeira e consequente no esquema de lavagem de dinheiro da facção é fruto das diretrizes da Polícia Federal no enfrentamento à criminalidade organizada dedicada ao tráfico de drogas, buscando causar profundos impactos em seus mecanismos internos, prejudicando sua capacidade de articulação e a continuidade das atividades criminosas.


A Polícia Federal solicitou em juízo a interdição da atividade econômica financeira de 73 pessoas jurídicas (postos de combustíveis, lojas de conveniência e escritórios de assessoria e contabilidade) utilizadas pela facção criminosa para movimentação de valores ilícitos, as quais passarão a ser administradas pela Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas-MJSP (SENAD).


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