Pai de estudante morto no Baccará desabafa sobre prisão de dono: 'Tem que pegar pena máxima'

Isaías de Paula comentou a prisão de Vitor Alves Karam, então proprietário do Bar Baccará, onde seu filho, o estudante Lucas Martins de Paula foi brutalmente agredido por seguranças do local em julho do ano passado

Por: De A Tribuna On-line  -  18/07/19  -  11:43
Isaías de Paula afirmou que a Justiça começa a ser feita e desabafou: 'Tem que pegar pena máxima'
Isaías de Paula afirmou que a Justiça começa a ser feita e desabafou: 'Tem que pegar pena máxima'   Foto: Helio Oliveira/TV Tribuna

"Tem que pegar pena máxima". Dessa maneira que Isaías de Paula, pai de Lucas Martins de Paula, o estudante brutalmente agredido em frente ao Bar Baccará, em Santos, em julho do ano passado, reagiu a notícia da prisão do então dono do estabelecimento, Vitor Alves Karam, de 33 anos, na quarta-feira (17). Segundo o pai da vítima, com a prisão do empresário, a "Justiça começa a ser feita".


Isaías de Paula afirmou que soube inicialmente da prisão de Vitor durante a tarde de quarta-feira (17). O pai de Lucas desabafou alegando que a captura do empresário é um grande passo para o procedimento das punições aos acusados.


"É um passo muito importante. Espero que ele (Vitor) fique preso, que venha o julgamento e que seja condenado severamente. Não adianta pegar 10, 12 anos de prisão, tem que pegar pena máxima. Sentir na pele um poquinho da dor que nós sentimos. Ele não faz ideia da dor que é essa. Quero ele na cadeia, condenado. Pena máxima para ele e para todos", desabafou.


"A gente agora começa a sentir que a Justiça realmente vai começar a ser feita. Que a prisão dele se efetive, que ele não saia pela porta da frente e que seja punido pelo crime que comenteu. Ele vai ser punido pela morte do meu filho e por todas as outras agressões que já aconteceram no Baccará. A Justiça tem que ser feita".


Com a prisão de Karam, o então chefe da segurança do estabelecimento, Anderson Luiz Pereira Brito, de 47 anos, é o único dos quatro acusados que segue foragido. "Não podemos deixar que isso passe como mais um caso, que vire uma estatística. Enquanto eu tiver saúde e com forças, vou lutar por Justiça. Quero os quatro condenados. Falta um".


Lucas foi espancado até entrar em coma, no dia 7 de julho
Lucas foi espancado até entrar em coma, no dia 7 de julho   Foto: Arquivo pessoal

Prisão de Vitor Karam


Karam foi preso por policiais militares às 14h de quarta-feira (17) no Distrito do Rio Pequeno, na Zona Oeste de São Paulo. Sua localização decorreu de informação anônima cadastrada no Disque-denúncia. 


Ele se refugiava em um condomínio situado na Avenida São Paulo Paraná. A delação revelou, inclusive, o apartamento no qual o réu estava. O próprio acusado foi quem atendeu os PMs. Ele não teve qualquer chance de reação ou fuga.


Após a prisão de Vitor Alves Karam, de 33 anos, dono do Bar Baccará, na tarde de quarta-feira (17) na Zona Oeste de São Paulo, o pai do estudante Lucas Martins de Paula, morto após ser espancado no estabelecimento em julho do ano passado, declarou que a "Justiça vai começar a ser feita" e afirmou que quer o empresário cumpra pena máxima.


Pesquisa de antecedentes confirmou a veracidade da denúncia, sendo Karam conduzido preso ao 75º DP (Jardim Arpoador), onde foi registrado boletim de ocorrência de “captura de procurado” pelo delegado José Eduardo Maruca. O empresário permaneceu preso na Capital, mas deverá em breve ser trazido à Baixada Santista.


O advogado Eugênio Malavasi, defensor do empresário, disse, na noite de quarta-feira (17), que pedirá à Vara do Júri de Santos que designe data para o interrogatório do cliente.


Dono do Baccará, Vitor Alves Karam, de 33 anos, foi preso em São Paulo
Dono do Baccará, Vitor Alves Karam, de 33 anos, foi preso em São Paulo   Foto: Reprodução

Agressão brutal


Quartanista de Engenharia Elétrica, Lucas Martins de Paula, de 21 anos, foi brutalmente agredido na casa noturna depois de reclamar do lançamento indevido em sua comanda de uma cerveja long neck no valor de R$ 15. Dois seguranças, que se entregaram à polícia e estão presos, o agrediram.


Karam e o chefe da segurança Anderson Luiz Pereira Brito, de 47 anos, também foram denunciados pelo Ministério Público (MP) por homicídio qualificado, porque a agressão aconteceu na frente deles e nada fizeram para impedi-la. Agora, Brito é o único acusado que permanece foragido.


A violência aconteceu na madrugada de 7 de julho de 2018. Vinte e dois dias depois, Lucas faleceu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Santos.


Segundo o MP, o segurança Thiago Ozarias Souza, de 30 anos e praticante de jiu-jítsu, aplicou 12 golpes na vítima, entre socos e joelhadas. Em seguida, o também segurança Sammy Barreto Callender, de 35 anos, desferiu um soco no universitário. Como se fosse um tiro de misericórdia, este soco fez o jovem cair desacordado em frente ao Baccará.


Os quatro acusados pela morte de Lucas Martins de Paula
Os quatro acusados pela morte de Lucas Martins de Paula   Foto: AT

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