Pai de estudante morto e advogado pedem fiscalização ao Baccará

Ambos entraram com requerimento à Ouvidoria da Prefeitura de Santos e ao Ministério Público para apuração do atual estabelecimento que funciona no local, em Santos

Por: Eduardo Velozo Fuccia & Da Redação &  -  31/07/19  -  22:10
Isaías de Paula e o advogado da família, Armando de Mattos Júnior
Isaías de Paula e o advogado da família, Armando de Mattos Júnior   Foto: Eduardo Velozo Fuccia/AT

O pai do universitário morto mediante espancamento na casa noturna Baccará e o seu advogado, Armando de Mattos Júnior, requerem à Ouvidoria da Prefeitura de Santos e ao Ministério Público (MP) a apuração da situação atual dessa pessoa jurídica e do estabelecimento que atualmente funciona no local.


“Gostaríamos que o Poder Público e o MP fiscalizassem eventual participação do antigo dono do Baccará no novo comércio que funciona no mesmo local”, disse o inspetor de qualidade aposentado Isaías de Paula. Ele é pai do quartanista de Engenharia Elétrica, Lucas Martins de Paula, de 21 anos, vítima do crime.


Segundo o advogado Mattos Júnior, o motivo do pedido seu e de Isaías deve-se ao fato de o bar Baccará ainda constar com “situação cadastral ativa”. Eles questionam como podem dois estabelecimentos do mesmo ramo de atividade funcionarem simultaneamente em idêntico endereço (Rua Oswaldo Cochrane, 64, no Embaré).


Por meio de nota, a Secretaria de Comunicação (Secom) de Santos informa que “a Ouvidoria Municipal vai solicitar esclarecimentos da fiscalização da Secretaria de Finanças quanto à denúncia”.


Situação refutada


Independentemente das eventuais respostas do MP e dos órgãos públicos das esferas municipal, estadual e federal, o atual proprietário do estabelecimento que funciona atualmente no local, procurado por A Tribuna, garantiu a regularidade do seu comércio e a total ausência de vínculo com o Baccará e o seu dono, Vitor Alves Karam, de 33 anos.


De acordo com o empresário Euclides Vieira Ramos, a antiga empresa (Baccará), “encontra-se baixada desde 7 de janeiro de 2019 junto à municipalidade [processo nº 1.039/2019]”. Ele também afirma que o seu empreendimento cumpriu todas os requisitos legais para funcionar, estando, portanto, “regular”.


Sobre o fato de o Baccará ainda constar com situação cadastral ativa, Ramos pondera não ter ciência do “andamento da empresa que antes fora estabelecida no local, porque não tem contato nem vínculo algum com os antigos proprietários”. Segundo ele, ao alugar o imóvel onde funcionou o Baccará, as chaves já haviam sido entregues ao dono.


Captura na Capital


Dono do Baccará, Vitor Alves Karam, de 33 anos, foi preso em São Paulo
Dono do Baccará, Vitor Alves Karam, de 33 anos, foi preso em São Paulo   Foto: Reprodução

Um dos quatro homens denunciados pelo homicídio de Lucas e com prisão preventiva decretada, Vitor foi capturado no último dia 17 de julho. A partir de uma denúncia anônima, policiais militares o localizaram escondido em um apartamento na Zona Oeste de São Paulo.


Outros dois acusados do crime, cometido na madrugada de 7 de julho de 2018, são os seguranças Thiago Ozarias Souza, de 30 anos, e Sammy Barreto Callender, de 35, que também tiveram a preventiva decretada, mas se entregaram. O último réu, o chefe da segurança Anderson Luiz Pereira Brito, de 47 anos, permanece foragido.


Lucas foi brutalmente agredido na casa noturna depois de reclamar do lançamento indevido em sua comanda de uma cerveja long neck no valor de R$ 15. Os seguranças espancaram o jovem, enquanto Vitor e Anderson nada fizeram para impedir a violência. Vinte e dois dias depois, o estudante faleceu na Santa Casa de Santos.


Lucas foi espancado até entrar em coma, no dia 7 de julho
Lucas foi espancado até entrar em coma, no dia 7 de julho   Foto: Arquivo pessoal

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