Mulher esfaqueia homem ao saber que a filha de 7 anos foi estuprada em Praia Grande

Com prisão temporária de 30 dias decretada, indivíduo foi capturado pela polícia nesta terça-feira (2), no bairro Glória

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  03/06/20  -  11:25
Caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande
Caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Acusado de abusar de uma menina de 7 anos, o carpinteiro Marcelo Santos de Jesus, de 39, foi capturado nesta terça-feira (2) à tarde por policiais da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande. Com prisão temporária de 30 dias decretada, o homem chegou a ser esfaqueado pela mãe da vítima, sendo hospitalizado. A mulher admitiu a autoria da tentativa de homicídio e responde pelo delito em liberdade.


Marcelo e a menina residem no Glória. Na madrugada do último dia 24 de maio, o carpinteiro foi esfaqueado em uma rua do bairro, sendo levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até o Hospital Irmã Dulce. Golpeado na região abdominal, o homem também apresentava “incisões” no pênis e no saco escrotal, informou a equipe médica a policiais civis antes de o paciente ser operado.


Segundo a investigadora-chefe da DDM, Rita de Cássia Fernandes, de modo informal, ainda no hospital, Marcelo admitiu ter sido esfaqueado por abusar de uma menina. Durante interrogatório, ele negou. Quatro dias após o atentado, espontaneamente, a mãe da criança compareceu à DDM. Ela confessou a tentativa de homicídio, justificando que ficou “em estado de fúria” ao tomar conhecimento do abuso sexual contra a filha.


A partir da denúncia da mãe, a delegada Lyvia Cristina Bonella registrou o crime de estupro de vulnerável e requereu a prisão temporária de Marcelo. A 1ª Vara Criminal de Praia Grande deferiu o pedido, sendo a ordem de captura cumprida na residência do carpinteiro, porque ele já recebeu alta. A equipe da DDM apura se acusado abusou de outras meninas do bairro.


“Safadeza”


De acordo com a mulher que esfaqueou Marcelo, ela descobriu o abuso ao escutar a conversa da filha com duas amigas, de 6 e 8 anos. As meninas diziam que não gostavam do acusado, porque ele fazia “safadeza”. A mãe chamou duas irmãs do acusado e as garotas repetiram o que haviam dito sobre o marceneiro no diálogo reservado, revelando detalhes. Das três crianças, apenas uma afirmou que não chegou a sofrer abuso sexual.


Ainda conforme a autora do atentado, as irmãs de Marcelo tentaram convencê-la a não registrar boletim de ocorrência de estupro de vulnerável. Em contrapartida, elas prometeram “não levar à frente” a tentativa de homicídio sofrida pelo carpinteiro, mas a mãe da menina não aceitou. O Código Penal prevê a redução da pena do homicídio, consumado ou tentado, quando ele for motivado por “relevante valor moral”.


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