Monumentos de poetisa e cronista são alvos de ladrão na orla de Santos
Homem, ainda não identificado, levou a placa do busto da poetisa e jornalista Maria José Aranha de Rezende e danificou monumento da cronista Lydia Federeci
Um ladrão não identificado furtou bronze de uma estátua da orla da Praia do Boqueirão, danificou outra e carregou consigo parte da história de Santos. Ele levou a placa do busto da poetisa e jornalista Maria José Aranha de Rezende. Com a intenção de fazer o mesmo com o monumento da cronista Lydia Federeci, o destruiu parcialmente.
As estátuas ficam em frente ao número 38 da Avenida Vicente de Carvalho e sofreram o ataque em duas etapas. Apesar de o local ser monitorado por câmeras, o ladrão conseguiu agir e fugir em ambas as ocasiões. Filmagem de um equipamento da Prefeitura mostra que o marginal – jovem, pardo e magro – vestia camiseta da seleção argentina de futebol.
Segundo a coordenadora de museus e galerias da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), Inês Rangel, as imagens revelam que a primeira investida ocorreu na terça-feira (8) de madrugada. Nesta ocasião, houve o furto da placa de bronze de Zezinha Rezende, como era conhecida a poetisa, uma das fundadoras da Academia Santista de Letras.
Às 6 horas de quarta-feira (8), foi a vez da estátua de Lydia Federeci. A coordenadora da Secult informou que nada chegou a ser levado deste monumento, que teve danificada uma quina do pedestal de granito. O interesse dos criminosos é pelas partes metálicas, em especial o bronze, vendido a receptadores que fomentam este tipo de crime.
Para que possa ser providenciada nova placa, sem o risco de sofrer outra investida enquanto este trabalho não é executado, o busto de Zezinha Rezende foi removido do pedestal de granito e levado à Secult. Guardas civis municipais compareceram na manhã de quarta-feira ao 7 º DP para comunicar o delito à Polícia Civil.
Segundo os agentes públicos, a filmagem mostra o ladrão batendo nas estátuas com um objeto para arrancar as peças de bronze. Ele colocou a placa em um saco e seguiu para destino ignorado. O delegado Jorge Álvaro Gonçalves Cruz registrou o caso como furto qualificado pela destruição ou rompimento de obstáculo.
Referências na Cidade
Primeira mulher a ocupar uma cadeira da Academia Santista de Letras, a de número 25, Maria José Aranha de Rezende (1911-1917) também era membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santos. Sobrinha-neta de Vicente de Carvalho, o Poeta do Mar, Zezinha Rezende foi cronista de A Tribuna.
Por mais de três décadas, Lydia Federici (1919-1994) foi cronista de A Tribuna. Escrevia a coluna Gente e Coisas da Cidade. Em 1987, perto do lugar onde está o busto em sua homenagem, a Prefeitura executou projeto cultural e beneficente idealizado por Lydia: o Árvore da Solidariedade (árvore de Natal iluminada com 1.200 lâmpadas).
