Menina de 13 anos denuncia abusos sexuais cometidos pelo pai em São Vicente: 'quero morrer'

Uma menina de 13 anos procurou a irmã mais velha para denunciar os abusos sexuais cometidos pelo próprio pai durante meses, em São Vicente. Em uma conversa por um aplicativo de mensagens, a adolescente desabafou sobre os estupros: "Não aguento mais, quero morrer".

Segundo apurado por A Tribuna On-line, os casos de abuso sexual aconteceram durante cerca de um ano, no Catiapoã. A irmã da vítima, de 21 anos, conta que a menina só revelou ter sido vítima dos abusos no último dia 16 de setembro.

"Ela me enviou uma mensagem de madrugada contando o que estava acontecendo. Eu moro em São José do Rio Preto e no mesmo dia fui até São Vicente para buscar a minha irmã e os irmãos dela, de 10 e 14 anos. O pai estava lá, mas fugiu dizendo que ‘não iria esperar para morrer’. Nos falaram que ele estava morando em outra casa, mas ninguém o achou. Minha revolta é que depois que tudo aconteceu, ele continua impune", explica.

Nas mensagens, a adolescente relatou que em um determinado dia havia acordado sem shorts ou roupas íntimas e que seu pai estava deitado em cima dela. A vítima ainda revela que o pai a estuprou pela quarta vez no dia em que decidiu contar para a irmã o que tinha sofrido.

"Queria me mudar. Quero ficar longe dele. Ele já fez sexo comigo umas quatro vezes. Eu tô acabada. Não aguento mais, quero morrer. Se for para ser assim, nem quero viver", desabafou a adolescente em mensagens para a irmã.

Ainda na troca de mensagens, a vítima fez um apelo à irmã para que saísse de casa: "Não quero voltar a me cortar e nem ficar com depressão, nem quero ser abusada, isso invade minha privacidade. Se tu quiser (sic), pego dinheiro e te ajudo a pagar o aluguel, água, mas por favor me tira daqui". A menina morava com os dois irmãos e uma irmã mais velha na cidade vicentina.

Irmã somente por parte de mãe, ela conta que a garota explicou que os abusos começaram há cerca de um ano, após a atendente de padaria ter se mudado para o interior de São Paulo, devido a uma proposta de trabalho.

No começo, o pai tocava a menina nas partes íntimas e com o passar do tempo passou a misturar remédios em sua bebida - para que dormisse. Após os abusos, ela acordava com dores abdominais.

Atualmente, a adolescente e seus dois irmãos vivem com a jovem no Interior de São Paulo. A vítima teria procurado a polícia para fazer a denúncia pelo telefone, mas durante a visita do Oficial de Justiça negou ter sofrido os abusos e o inquérito policial permaneceu aberto.

Com a mudança, a irmã mais velha registrou o Boletim de Ocorrência em uma delegacia de São José do Rio Preto e a menina passou por um exame de corpo de delito, que confirmou a denúncia do estupro. Até agora, o autor dos abusos não foi localizado.