Maconha e celulares seriam 'servidos' no café da manhã de detentos em Mongaguá

Material foi localizado em dois galões nos quais deveria haver apenas café, que seria distribuído aos detentos

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  31/03/20  -  22:44
Atualizado em 31/03/20 - 23:04
Celulares e maconha seriam 'servidos' aos detentos durante o café da manhã
Celulares e maconha seriam 'servidos' aos detentos durante o café da manhã   Foto: Divulgação

Cerca de 1 kg de maconha, 34 celulares, dez carregadores, três baterias, sete chips e sete fones de ouvido foram introduzidos no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Dr. Rubens Aleixo Sendin, em Mongaguá, e chegariam aos detentos no momento de ser servido o café da manhã desta terça-feira (31).


Ainda é um mistério como a droga e os equipamentos de telefonia móvel entraram no CPP de Mongaguá. Porém, o material foi localizado em dois galões nos quais deveria haver apenas café. O encontro aconteceu durante revista realizada por agentes penitenciários na portaria, após o dejejum dos presos sair da cozinha rumo aos pavilhões.


O detento Ricardo Moura Galdino, de 24 anos, assumiu ser o dono de tudo o que foi achado escondido nos galões. Conduzido à Delegacia Sede de Mongaguá, ele foi autuado em flagrante por tráfico pelo delegado Francisco Wenceslau. Para a autoridade policial, o preso não agiu sozinho. “Impossível uma só pessoa manejar todo o material apreendido”.


Detento assumiu a culpa pelos materiais achados dentro do CPP de Mongaguá
Detento assumiu a culpa pelos materiais achados dentro do CPP de Mongaguá   Foto: Divulgação

Fuga em massa


Única unidade prisional de regime semiaberto na região, o CPP de Mongaguá tem capacidade para 1.640 presos, mas abrigava 2.132, conforme balanço mais recente da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), divulgado na segunda-feira. No último dia 16, o local foi palco da segunda maior fuga da história do país.


Na modalidade conhecida por “cavalo doido”, detentos dominaram funcionários e 563 conseguiram escapar correndo pelo portão principal do presídio. Gravação feita pela câmera de um celular registrou o momento da fuga em massa. O vídeo foi compartilhado e logo viralizou nas redes sociais.


A evasão ocorreu porque os presos se revoltaram com a suspensão das saídas temporárias devido à pandemia do coronavírus. Os indícios são de ação orquestrada no sistema carcerário. Na mesma data, quase que simultaneamente, outros estabelecimentos prisionais do estado registraram fugas em massa e/ou rebeliões.


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