Lava Jato procura alvos por desvios na Eletronuclear e mira no ex-ministro de Lula

Silas Rondeau, ex-ministro de Minas e Energia entre 2005 e 2007, é um dos alvos

Por: Do Estadão Conteúdo  -  25/06/20  -  18:49
Atualizado em 25/06/20 - 19:14
Rondeau foi ministro de Minas e Energia do Governo Lula, entre 2005 e 2007
Rondeau foi ministro de Minas e Energia do Governo Lula, entre 2005 e 2007   Foto: Divulgação

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 25, a Operação Fiat Lux, novo desdobramento da Lava Jato no Rio, que mira em responsáveis por contratos fraudulentos e pagamento de propina na Eletronuclear. Entre os alvos da investigação está o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau (MDB), do governo Lula (2005-2007).


Agentes cumprem 17 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão temporária nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal. No Rio, as atividades são realizadas na capital, em Niterói e em Petrópolis. As ordens foram expedidas pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.


A corporação indicou ainda que a operação teve como base a colaboração premiada de dois lobistas ligados ao MDB, Jorge Luz e Bruno Luz, que foram presos em 2017 na Operação Blackout, 38ª fase da Lava Jato, por ordem do ex-juiz Sério Moro, à época na 13ª Vara Federal de Curitiba.


Em depoimento prestado em 2017, Jorge Luz revelou ter intermediado R$ 11,5 milhões em propinas a parlamentares do MDB. No mesmo ano, apresentou à 13ª Vara federal de Curitiba uma planilha com nomes de supostos beneficiários de parte dos repasses que fez por meio do uso de offshores no exterior, identificando US$ 418 mil remetidos a Renan Calheiros (PMDB-AL), Jader Barbalho (PMDB-PA), Silas Rondeau, e Aníbal Gomes (PMDB-CE).


Segundo a PF, a Fiat Lux mira em pessoas que não foram abrangidas por operações deflagradas para investigar "envolvidos na organização criminosa que sitiou a Eletronuclear", entre elas a Radioatividade, a Irmandade e a Prypiat. Assim, a Fiat Lux tem como origem uma das primeiras fases da Lava Jato (16ª), a Descontaminação, que prendeu e condenou a 43 anos o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear.


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