Justiça solta rapaz acusado de tentar matar policiais civis no Morro do José Menino

Klebinho ficou conhecido em janeiro ao aparecer em vídeos segurando suposta pistola e cigarro de maconha

Por: Eduardo Velozo Fuccia & Da Redação &  -  04/05/19  -  12:54
Klebinho postou vídeos em redes sociais portando pistola e um cigarro de maconha
Klebinho postou vídeos em redes sociais portando pistola e um cigarro de maconha   Foto: Reprodução

Naufragou a acusação de tentativa de homicídio qualificado contra dois policiais que recaía sobre Kleber Pereira da Silva, o Klebinho, de 21 anos. A defesa do rapaz apresentou provas de que ele não foi o autor dos disparos na direção dos agentes. A Justiça decidiu que o réu, se de fato atirou, não teve intenção de matar. As vítimas escaparam ilesas.


“Não se vislumbra que a ação do acusado teve alvo certo e dolo [intenção] de matar. O acusado apenas desejava empreender fuga e evitar a aproximação da viatura policial, de modo que, em princípio, o crime é de resistência”, fundamentou o juiz Alexandre Betini, da Vara do Júri de Santos, ao desclassificar o delito e revogar a prisão preventiva do réu.


A decisão do magistrado é de quinta-feira (2). O alvará de soltura de Klebinho foi cumprido na sexta (3), na Penitenciária II de Lavínia. O jovem ficou conhecido nos meios policiais em janeiro, após aparecer nas redes sociais em vídeos portando uma aparente pistola e um cigarro de maconha, no Morro do José Menino.


A captura do rapaz ocorreu no dia 21 de janeiro, no Gonzaga. Na ocasião, ele se dirigia ao 7º DP de Santos para prestar esclarecimentos sobre a filmagem. Porém, policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) o detiveram antes que chegasse no distrito. Eles portavam mandado de prisão temporária de 30 dias de Klebinho.


A ordem de captura se referia à tentativa de homicídio sofrida por dois investigadores da DIG, em 18 de agosto de 2018, no Morro do José Menino. Os policiais foram ao local para apurar um roubo quando foram surpreendidos por disparos. Eles escaparam ilesos e revidaram os tiros, sem também atingir quem supostamente tentou matá-los.


A DIG só esclareceu o atentado em janeiro, após viralizarem os vídeos de Klebinho no mesmo Morro do José Menino. Porém, o advogado Francisco Martori Sobrinho destacou que os policiais o “confundiram” e não o reconheceram “pelo rosto”, mas em virtude de ter o antebraço tatuado, como tantas outras pessoas.


Advogado de Klebinho entrou com pedido de revogação de prisão contra o jovem
Advogado de Klebinho entrou com pedido de revogação de prisão contra o jovem   Foto: Carlos Nogueira/AT

O réu negou o ataque aos policiais civis ao ser interrogado na DIG e em juízo, mas teve a temporária convertida em preventiva e foi denunciado pelo Ministério Público (MP). No entanto, após a fase de produção de provas, o próprio MP se manifestou favorável à desclassificação da tentativa de homicídio e à revogação da prisão cautelar.


“Não há prova material da alegada tentativa de homicídio. Sequer a viatura foi atingida. Na hora do crime, o meu cliente trabalhava em um carrinho de lanches em outro local. Além disso, pela distância em que estavam, os investigadores não teriam como ver o autor dos tiros”, disse Martori, que atua no processo junto com a advogada Patrícia Brito.


Antes de ser preso, em entrevista para A Tribuna, Klebinho disse estar arrependido e com medo de sofrer represálias de policiais desde quando apareceu nos vídeos. Alegou que a pistola que portava não é de verdade, mas “airsoft” (de pressão), tendo-a pego emprestada apenas para realizar as gravações com a câmera do seu celular.



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