Réu em processo de tráfico internacional de drogas em trâmite na 5ª Vara Federal de Santos e preso na Espanha desde 22 de outubro de 2019, o empresário santista Eduardo de Oliveira Cardoso, de 44 anos, permanece naquele país europeu graças a liminar que suspendeu a sua extradição. A decisão ocorreu um dia antes do seu retorno ao Brasil.
O Conselho de Ministros do governo espanhol atendeu a pedido do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) brasileiro para extraditar o réu. A chegada de Eduardo ao Brasil estava marcada para esta quarta-feira (16). Porém, na véspera, a Justiça espanhola cancelou a extradição.
“A autoridade judiciária ordenou a suspensão temporária de entrega. É por isso que somos forçados a cancelar a operação para esta finalidade preparada”, diz “Certificado de Suspensão de Entrega” emitido pela Interpol. O documento foi exibido no Aeroporto Adolfo Suarez Madrid-Barajas a policiais federais que foram buscar o réu na Espanha.
O certificado não informa por qual motivo a extradição foi suspensa. Independentemente da razão, a decisão frustrou as autoridades policiais e judiciárias brasileiras. Segundo informação extraoficial, o empresário brasileiro teria requerido “asilo” ao Governo da Espanha. A Tribuna tentou contato com a defesa de Eduardo, mas não obteve retorno.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), que administra as unidades prisionais paulistas, já havia reservado vaga para o empresário na Penitenciária Dr. Geraldo de Andrade Vieira, a P-I de São Vicente. Com a extradição suspensa, ele continua no Centro Penitenciário Madri V, considerado presídio vip, na cidade de Soto del Real.
A Polícia Federal desbaratou por meio da Operação Alba Vírus organização criminosa responsável por traficar cerca de seis toneladas de cocaína. O grupo utilizava portos brasileiros, entre os quais o de Santos, para enviar a droga à Europa. Acusado de integrar o esquema, Eduardo foi preso em uma feira da indústria alimentícia, em Madri.