Uma recepcionista de 19 anos afirma ter sido espancada por duas seguranças de uma casa noturna em Santos. De acordo com Carina de Souza Silva, o crime ocorreu na balada Pink Elephant, localizada na Avenida Senador Feijó. A jovem conta que tudo começou quando ela e uma amiga reclamaram com um dos promotores do evento sobre um problema no copo que receberam.
Segundo a jovem, seguranças do local começaram a segui-las após o ocorrido. Ela foi para a área vip da casa, onde havia um banheiro unissex. De acordo com Carina, o namorado a acompanhou para segurar a porta, que estava com a tranca quebrada, e ela teria saído do banheiro em menos de 5 minutos. "Ao sairmos, ela [segurança] veio falar que se eu entrasse com homem novamente seria retirada, e eu disse apenas que tudo bem".
Minutos depois, a jovem conta que estava pegando bebida, quando a segurança pediu que ela se retirasse. A recepcionista afirma que a questionou, já que não havia entrado novamente com o namorado no banheiro. "Nesse momento, ela já veio para cima de mim. Tentei me defender, e a outra segurança me deu um mata-leão. Desmaiei, depois só lembro de acordar no chão com meus amigos gritando com os seguranças. Os meninos tentaram me tirar de lá de dentro, e ela ainda puxou meu cabelo por cima da escada", afirma.
Carina afirma que, ao sair da casa noturna, passou mal e desmaiou mais duas vezes. "As duas seguranças e o dono da casa, junto com sua mulher, vieram para cima de mim novamente. Chamamos viatura, ambulância, e nenhum dos dois apareceu. Fui parar na UPA por conta da agressão", desabafa.
Violência
A recepcionista afirma que, por sorte, não quebrou nenhuma parte do corpo, apesar de estar bem machucada. "Se meus amigos não estivessem, quando desmaiei, elas teriam continuado me agredindo, e eu poderia ter morrido ali mesmo", relata.
A jovem ainda diz que, após postar em sua rede social sobre a agressão, outra mulher entrou em contato e afirmou ter sido agredida pelas mesmas seguranças. "Totalmente despreparados e mal-educados. Sempre vou para baladas e nunca me aconteceu nada nem parecido", afirma.
"Não durmo direito há dois dias desde o ocorrido, sinto muitas dores nas costas e no pescoço. Não consigo falar sobre o assunto que começo a chorar e passar mal. Espero que a justiça seja feita, pois não é a primeira e nem a segunda vez que isso acontece, e se nada for feito, não será a última", finaliza.
O boletim de ocorrência foi registrado como lesão corporal na Delegacia de Defesa da Mulher de Santos, onde o caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.
A Casa Noturna
As seguranças envolvidas contestaram a versão de Carina. Reinele Santos, de 25 anos, afirma que a recepcionista ameaçou o promotor de eventos ao reclamar sobre o copo. De acordo com ela, os profissionais realizavam a ronda pelo evento quando avistaram que a jovem entrou no banheiro com o namorado.
"Ela estava alterada já quando reclamou do copo. Sobre o banheiro, é uma norma da casa, para evitar possíveis abusos contra a mulher. Assim que cheguei para alertar que isso não poderia acontecer e ela deveria se retirar, ela me agrediu", afirma.
A outra segurança do evento, Judy Silva Fernandes, de 24 anos, afirma que nesse momento interviu e foi separar a briga, já que, segundo ela, Reinele teria revidado o soco que recebeu da jovem. "Não dei mata-leão nela, apenas a segurei por trás, e ela mordeu meu braço", diz.
Ambas registraram boletim de ocorrência de lesão corporal na Delegacia de Defesa da Mulher. Em uma postagem nas redes sociais, a Pink Elephant Santos afirmou que está tomando as medidas cabíveis para esclarecer a postagem de Carina, e que os fatos estão sendo compartilhados de forma indevida, não condizendo com a verdade.
O estabelecimento afirma que tomará as medidas legais e que, após apurar toda a situação, a casa voltará a se pronunciar. Com informações do G1.