Jovem que confessou ter matado namorada relatou agressões antes de ser morto na prisão

Segundo advogado, Alan Reis escreveu em bilhetes que foi ameaçado e agredido por colegas de cela, e que agressões eram incentivadas por policiais

Por: Por A Tribuna.com.br  -  23/02/20  -  20:49
Alan, preso suspeito de assassinar a namorada Fernanda, foi achado morto em cela
Alan, preso suspeito de assassinar a namorada Fernanda, foi achado morto em cela   Foto: Arquivo Pessoal

Pitter Johnson, advogado do jovem de 22 anos que confessou ter matado a namorada Fernanda Souza Silva, de 33, disse que Alan Pereira contou a ele que estava sofrendo agressões na prisão, antes se ser achado morto na cela.


O defensor afirma que o rapaz relatou, por meio de bilhetes, que levou uma surra, e que agentes prisionais incentivavam os atos de violência contra ele. As autoridades estão apurando o caso.


O jovem foi encontrado morto em uma cela do Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na manhã de sábado (22). No entanto, segundo o advogado, as ameaças contra Alan já tinham um histórico antigo, e foram feitas enquanto o rapaz ainda estava preso na cadeia de Bela Vista de Goiás. Por conta disso, ele foi transferido na noite do dia anterior à sua morte.


De acordo com Johnson, na quinta-feira (20), ele se encontrou com Alan, que lhe entregou bilhetes relatando que era agredido. Ele contou, também, que o jovem se utilizou de bilhetes porque alegou estar sendo monitorado.


Os bilhetes continham frases como "por baixo da roupa estou todo arrebentado" e "ele quer me matar ainda hoje". Porém, ele não contou quem o ameaçava.


Também escreveu que, se fosse questionado sobre os hematomas em seu corpo, ele deveria falar que caiu no banheiro. Após a leitura dos bilhetes, Johnson disse que pediu a transferência de Alan para Aparecida de Goiânia. Ele cobra uma investigação e afirma que ainda não pode acusar ninguém.


Bilhetes relatavam agressões e ameaças na prisão
Bilhetes relatavam agressões e ameaças na prisão   Foto: Doto: Reprodução

A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) afirma, em nota, que abriu uma investigação interna para apurar o ocorrido, e também que Alan estava sozinho em uma cela. Destacou, ainda, que a polícia também está apurando o crime.


O caso


Fernanda ficou uma semana desaparecida até seu corpo ser achado enterrado e queimado. O próprio Alan, de acordo com a polícia, foi quem indicou a localização dos restos mortais.


O jovem foi detido em Marianópolis do Tocantins, no Oeste do estado, quando apresentou uma CNH falsa. Mesmo assim, foi identificado por causa de uma tatuagem.


A investigação apontou que, após enterrar Fernanda, Alan pegou o carro dela e foi a um shopping de Goiânia com a ex-mulher e os dois filhos pequenos. Lá, fizeram compras e até tomaram açaí. Câmeras de segurança registraram ele local como se nada tivesse ocorrido.


Logo A Tribuna
Newsletter