Homem e esposa planejam estupro de amiga das próprias filhas em São Vicente

Casal dopou garota de 14 anos para que homem a estuprasse enquanto visitava amigas

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  25/09/19  -  19:01
Atualizado em 28/09/23 - 15:04
  Foto: G1 Santos

Um caso escabroso, que chocou até os policiais. Um homem contou com o auxílio da mulher para dopar uma menina de 14 anos e estuprá-la. A garota é amiga das duas filhas do casal, preso em flagrante e recolhido à cadeia.


O abuso sexual aconteceu na residênciada camareira Luciana Cristina de Jesus, de 35 anos, e do porteiro Marcílio Maximino Pereira, de 34, no bairro Jardim Rio Branco, Área Continental de São Vicente, na tarde de terça-feira (24). A vítima havia pernoitado na moradia das amigas, da mesma faixa etária.


Na terça-feira à tarde, as amigas foram à escola, e a mãe delas pediu para a vítima permanecer mais um pouco no imóvel para ajudá-la a limpá-lo. Porém, antes que a suposta faxina começasse, a mulher foi sozinha ao mercado e logo voltou trazendo uma Coca-Cola.


A mulher serviu o refrigerante à amiga das filhas. Segundo a vítima, a bebida não tinha gosto de Coca-Cola, e ela começou a sentir a “perna bamba” e ficou “grogue”. Não demorou muito, o homem chegou, acariciou as partes íntimas da garota e a deitou na cama do casal.


Antes de perder os sentidos, a menina lembra-se de ter visto o pai das amigas abrir uma embalagem de preservativo. Ao recobrar a consciência, ela estava despida e o porteiro lhe disse que “poderia ficar à vontade e sair para a rua”.


Fora da residência, a menina se encontrou com uma mulher de 28 anos, irmã da camareira, e lhe contou o que havia acontecido. Por volta da 1h da manhã de terça, a testemunha compareceu à base da Polícia Militar no Humaitá e denunciou a irmã e o cunhado.


Prisão e confissão


Inicialmente, policiais se dirigiram à residência do casal, mas não o encontrou. Posteriormente, às 3h50, os PMs viram o carro do porteiro trafegando pela Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. O veículo do casal é um Gol, que foi interceptado na praça de pedágio do Humaitá, na pista sentido Rodovia dos Imigrantes.


Rodovia Padre Manoel da Nóbrega deverá estar dentro do plano de concessões
Rodovia Padre Manoel da Nóbrega deverá estar dentro do plano de concessões   Foto: Reprodução/Ecovias

O agressor admitiu aos PMs ter comprado o medicamento clonazepam por R$ 30 para a mulher ministrá-lo à vítima. O objetivo era fazer a garota dormir e facilitar o estupro. A mulher relutou em confessar a sua participação, mas depois confirmou a versão do marido.


No carro, foram apreendidas uma caixa de anticoncepcional e um frasco de clonazepam. De uso controlado pelo Ministério da Saúde, este remédio “tarja preta” só pode ser comercializado mediante a apresentação de receita. Mas a sua venda ocorre no mercado negro.


Indicado para crises epilépticas, sendo ainda usado como calmante e para o tratamento de síndrome do pânico, o clonazepam possui alto risco de efeito colateral, se tomado sem o acompanhamento de um médico especialista.


Plano orquestrado


Além das confissões dos acusados, do relato da vítima, do depoimento da testemunha e da apreensão do frasco de clonazepam, foi recolhido o celular do porteiro. O aparelho estava dentro do carro.


Nos arquivos de um aplicativo de mensagens instalados no aparelho, estão registrados diálogos entre o casal. As conversas revelam o plano do casal para drogar a vítima e abusá-la sexualmente.


O delegado Daniel Pereira de Souza, da Delegacia Sede de São Vicente, autuou o homem e a mulher por estupro de vulnerável – aquele em que a vítima não pode oferecer resistência. O crime é hediondo e a sua pena varia de oito a 15 anos de reclusão.


A vítima foi levada ao Hospital Municipal de São Vicente, sendo atendida e liberada. O delegado também determinou o encaminhamento da menina ao Instituto Médico Legal (IML) de Santos para que seja submetida a exames de corpo de delito e toxicológico.


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