Homem é morto enquanto acampava no Poço das Moças, em Santos

Técnico de refrigeração estava acompanhado por amigos, quando foram abordados por três criminosos; vítima tentou reagir e levou um tiro de espingarda

Por: Eduardo Velozo Fuccia & Da Redação &  -  18/08/19  -  22:00
Atualizado em 18/08/19 - 22:16
De acordo com uma das testemunhas, grupo buscava fugir da agitação da cidade e curtir a natureza
De acordo com uma das testemunhas, grupo buscava fugir da agitação da cidade e curtir a natureza   Foto: Reprodução/Google Maps

A beleza do lugar esconde os seus perigos. No meio da Serra da Mar, a poucos metros da cachoeira do Poço das Moças, quatro amigos da Baixada Santista que ali pretendiam acampar foram atacados por assaltantes, sendo um deles morto a tiro ao reagir.


O latrocínio aconteceu por volta das 15 horas de sábado. Morador em Vicente de Carvalho, em Guarujá, o técnico em refrigeração José Carlos Sanches, de 30 anos, levou um tiro de espingarda calibre 12 e faleceu no próprio local.


O cartucho desse armamento é carregado com inúmeras esferas de chumbo. Elas se espalham no momento do disparo, aumentando a área de alcance. Por isso, José Carlos foi atingido simultaneamente no maxilar e no peito.


Após o tiro, o criminoso que portava a espingarda e dois comparsas fugiram pela mata sem consumar o roubo. A arma de fogo foi abandonada pelo trio, sendo entregue à Polícia Civil. A vítima fatal portava uma faca de caça, que também foi apreendida.
O crime aconteceu no Vale do Quilombo, na Área Continental de Santos. Embora tenha sido registrado na Delegacia de Cubatão, o caso é apurado pelo Setor de Homicídios da Delegacia Especializada Antissequestro (Deas) de Santos.


“A nossa ideia era fugir da agitação da cidade e curtir a natureza”, conta um dos amigos de José Carlos, que aceitou conversar com A Tribuna mediante a condição de não ser identificado. Segundo ele, o grupo foi de bicicletas até bem próximo do Poço das Moças, onde chegou por volta das 11 horas de sábado.


Os veículos foram deixados presos em árvores com correntes e cadeados, antes que os campistas subissem uma pequena trilha para se aproximar da cachoeira. No local com cenário paradisíaco, os amigos armariam uma barraca, mas decidiram mudar o plano.


“Nós vimos os ladrões. Eles estavam separados, sentados em pedras mais afastadas. Um deles jogou uma camisa sobre a espingarda para escondê-la, mas o cano ficou à mostra”, relata o amigo da vítima fatal.


Pressentindo que não estariam seguros se acampassem no local, os amigos desistiram de armar a barraca. Porém, não foram embora de imediato, conforme justifica a vítima que conversou com a Reportagem.


“Um do nosso grupo estava bastante cansado. Ele queria almoçar para repor as energias antes de iniciar o caminho de volta. Então, fizemos uma fogueira e preparamos macarrão com salsicha”, detalha.


As vítimas ainda se alimentavam quando os três desconhecidos simularam ir embora pela trilha, nem passando por perto dos campistas. Porém, não demorou muito, o trio retornou pelo mesmo caminho e anunciou o assalto.


Enquanto os amigos eram mantidos sob a mira da espingarda de um dos ladrões, os demais criminosos começavam a pegar os pertences das vítimas. José Carlos, porém, se armou com a faca de caça e levou o tiro fatal.


Além de policiais militares, o delegado Pedro Augusto Losada Correia, de Cubatão, e uma equipe do Setor de Homicídios da Deas compareceram ao Poço das Moças, dando início às investigações. Por enquanto, não há pistas dos autores do latrocínio.


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