Homem é demitido em Santos após ofender criança para defender Jair Bolsonaro

Empresa emitiu comunicado nas redes sociais lamentando ocorrido e informando o desligamento do quadro funcional; agredidos registraram queixa no 3º DP

Por: Por ATribuna.com.br  -  20/05/20  -  13:25
Ofensas foram publicadas nas redes sociais; agressor deletou perfil
Ofensas foram publicadas nas redes sociais; agressor deletou perfil   Foto: Reprodução/Redes Sociais

Após postagem nas redes sociais com ofensas de caráter sexista e homofóbico contra um garoto de apenas quatro anos, um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) perdeu o emprego. A repercussão do caso chegou até a empresa na qual ele era colaborador, que decidiu desligar o homem de seu quadro de funcionários diante à gravidade de uma série de insultos a uma médica da rede municipal de São Vicente e seu neto. 


A profissional de saúde passou a ser alvo de injúrias e provocações por um desabafo no Facebook contra o presidente da República. Maria Helena Pereira, de 56 anos, usou suas redes sociais para demonstrar o descontentamento de como Bolsonaro está conduzindo a crise na saúde pública por conta da pandemia de Covid-19. Na publicação, ela disse que não compreende como as pessoas ainda conseguiam apoiar tais posicionamentos. 


Foi quando o apoiador do ex-capitão do Exército, que se apresenta como Milton Pereira Alemão, usou de palavras sexistas e homofóbicas para agredir a profissional. A agressão verbal atingiu, inclusive, o neto da médica de quatro anos. “Por um acaso seu neto sabe enfiar um crucifixo no "C". Por um acaso, seu neto adora roubar as canetas dos amiguinhos, por um acaso seu neto enfia o dedinho na Batota da vovó”, diz trecho do comentário do homem.  


No longo comentário ofensivo, o homem fez menção à sexualidade da criança e da médica. Alegou ainda que a profissional da saúde ensinaria incesto para o neto. “(..) essas são as ideologias das pessoas que condenam o Bolsonaro”, finaliza o texto. Depois da repercussão, o apoiador apagou a postagem. 


Em entrevista ao G1 Santos, a médica afirma ter ficado “indignada” com a situação. Ela resolveu reunir provas (impressões dos comentários), e publicar o diálogo nas redes sociais. Diante a proporção das ofensas e repercussão do caso, o ofensor apagou o perfil na rede social. Sob a natureza de injúria, o caso foi registrado no 3º DP de Santos (Ponta da Praia), nesta terça-feira (19). 


A empresa na qual o defensor de Bolsonaro trabalhava se posicionou, também pelas redes sociais. Em uma postagem, a organização afirmou repudiar “e não aceita nenhum tipo de discriminação, ofensa e agressão”. ATribuna.com.br tentou contato com autor do comentário, mas até a publicação desta reportagem não teve retorno. 


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