Hacker ameaçam invadir sistema bancário e distribuir dinheiro em meio à pandemia

Falhas no cadastro do auxílio emergencial e “lucro” dos gigantes do setor são os argumentos do grupo, que recentemente revelaram dados de políticos

Por: Eduardo Brandão  -  29/06/20  -  22:07
Ativistas ameaçam golpes no sistema financeiro nacional a partir desta segunda (29)
Ativistas ameaçam golpes no sistema financeiro nacional a partir desta segunda (29)   Foto: Reprodução/Redes Sociais

O sistema financeiro e bancário nacional estão na mira de um ataque hacker, orquestrado pelo grupo Anonymous Brasil. Os ativistas digitais afirmam reeditar a “Operação Robin Hood”, em uma ação virtual para “clonar” cartão de crédito e usar “99% do dinheiro” desviado para obras de caridade, pessoas sem-teto e manifestantes antigoverno no mundo todo.  


A ameaça consta num manifesto público, divulgado pelas redes sociais, no começo da tarde desta segunda-feira (29). O grupo de hackers ficaram novamente nos holofotes pelo vazamento de dados pessoais do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de seus filhos dele - o senador Flávio Bolsonaro, sem partido, o deputado Eduardo Bolsonaro, do PSL, e o vereador Carlos Bolsonaro, do Republicanos -, ministros e aliados do governo. Essa ação é investigada pela Polícia Federal.



A operação atual foi batizada em referência ao famoso fora da lei inglês que, de acordo com a lenda, roubava dinheiro dos ricos para distribuir aos pobres. Falhas nos cadastros e repasses do auxílio emergencial de R$ 600, lucros dos gigantes do setor nacional e onda de protestos que varrem o mundo (como antirracismo e  contrário a governos de diversas nações) são alguns dos pontos citados pelo ativistas digitais. 


“A Operação Robin Hood vai devolver o dinheiro para as pessoas que foram enganadas pelo nosso sistema e, mais importante, prejudicadas por nossos bancos”, afirmou o grupo, em uma declaração publicada no Twitter. “A Operação pegará os cartões de crédito e vai fazer doações para os 99% e também para várias entidades beneficentes no mundo”, completou. 



No comunicado, os hackers asseguraram que as ações não vão prejudicar os titulares dos cartões. Isso porque as vítimas de fraudes desse tipo geralmente são reembolsadas pelos bancos. “Vamos pegar o que nos pertence. Os bancos expulsaram pessoas com ações corrompidas. Quando os pobres roubam, é considerado um crime, mas quando os bancos roubam dos pobres, chama de negócio”, cita.  


Os hackers asseguram ter descoberto falhas nos sistemas de transição financeira por cartões de crédito. Eles afirmam revelar a cada dia uma série de dados de titulares de contas, a fim de realizar transações financeira. “É a hora dos bancos pagarem por seus crimes e corrupção. Não estamos esperando que nosso governo avance e tome medidas. É hora dos bancos pagarem por nos causar danos”, garantem. 


Essa não é a primeira vez que o grupo ameaça ações orquestradas de fraudes no sistema financeiro. Uma operação similar e com o mesmo nome ocorreu em 2011, com invasões ao sistema financeiro da Europa, EUA e Brasil. 


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