Gravidade dos casos de violência contra a mulher gera alerta na região

Ameaças e lesões corporais estão entre os registros mais frequentes, segundo titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM)

Por: Yasmin Vilar & De A Tribuna On-line &  -  09/01/19  -  09:30
  Foto: Reprodução/Google Maps

“Só em Santos, fechamos o ano com mais de 2.800 boletins de ocorrências de violência contra a mulher. Esse número vem crescendo ao longo dos anos, servindo de alerta sobre a situação na região”. É com os números de 2018 que a delegada Fernanda dos Santos Souza define o aumento dos casos de violências na região da Baixada Santista.


O último levantamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP), realizado em novembro de 2018, informou que, no Estado de São Paulo, foram registradas 9.969 casos de violência doméstica envolvendo homicídios dolosos, lesão corporal, ameaças e outros tipos de violência.


Titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Santos, Fernanda aponta que a gravidade das agressões sofreu um aumento na Baixada Santista. “A seriedade dos crimes aumentou e as agressões estão mais severas, onde as mulheres chegam muito mais machucadas, com ferimentos graves”.


Apesar disso, a delegada enxerga que as mulheres vêm se sentindo mais encorajadas a denunciarem seus agressores. “Eu acredito que aumentaram o número de denúncias. Não foi um aumento do número de casos, mas de registros. A informação está mais disseminada atualmente, conseguindo se informar pela internet, por conhecidos e até mesmo em prontos-socorros”.


Após a violência, o primeiro passo é procurar a Delegacia da Mulher da cidade para registrar o boletim de ocorrência. Com isso, a vítima pode solicitar medida de proteção preventiva, e caso o agressor descumpra a medida, o juiz pedirá a prisão preventiva.


No momento do registro do boletim de ocorrência, é indicado que a vítima forneça o maior número de informações possíveis sobre a agressão. “É muito importante que a mulher narre exatamente o que aconteceu e o histórico de violência em casa, para receber orientações sobre separação, relação do agressor com os filhos, pensão alimentícia e outras questões”, comenta Fernanda.


Em casos de ameaça de morte, a mulher pode solicitar o abrigamento, se mantendo longe do agressor. “É um local seguro e sua localização é sigilosa, onde ficará protegida do agressor. Há um preconceito, pois as vítimas sentem vergonha de serem abrigadas, mas é importante ressaltar que o abrigo é muito diferente de um albergue e a vítima pode levar seus filhos consigo”, esclarece a delegada.


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