Acusada de matar a filha recém-nascida ao jogá-la por um duto de lixo do 6º andar do prédio onde morava, a ex-ginasta Ana Carolina Moraes da Silva irá a júri popular. O pai da criança, Guilherme Bronhara Martinez Garcia, também passará pelo Tribunal do Júri. Ainda não foi definida data para o julgamento. O crime foi em junho de 2018, no Gonzaga, em Santos.
O Ministério Público deverá apresentar até o fim da semana as testemunhas que irão depor. Depois, a defesa também definirá as testemunhas. Só então será marcado o julgamento.
A mãe da bebê está presa desde 2018 na Penitenciária Feminina I de Tremembé (SP). Ela é acusada de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, já que a investigação policial apontou que ela matou a criança por não querer criá-la. Ana Carolina ainda responde por ocultação de cadáver e poderá cumprir até 30 anos de prisão.
Já Guilherme, que morava com a mulher na época do crime, responde em liberdade por favorecimento pessoal, acusado de ter ajudado a companheira a se esconder.
A advogada de defesa de Ana Carolina, Leticia Giribelo, alerta que o caso aconteceu há quase três anos e a ré ainda está presa preventivamente, ou seja, sem julgamento e sem condenação.
“Isso caracteriza o excesso de prazo, porque extrapolou a razoável duração do processo. Fato este que comprova a total ineficiência administrativa do Estado em várias fases do processo, inclusive na realização da perícia psiquiátrica que só ocorreu 98 dias após o parto, comprometendo o esclarecimento da causa”.
Procurada, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) não se manifestou até o fechamento desta edição. ATribuna.com.br tentou contato com os advogados de Guilherme, sem sucesso.
O caso
O corpo da recém-nascida foi encontrado dentro de uma lixeira em frente ao prédio onde o casal morava, na Rua Bahia, no Gonzaga, em 28 de junho de 2018. O bebê estava enrolado em jornais e amarrado dentro de um saco de lixo preto, com um elástico de cabelo enrolado no pescoço.
Segundo a polícia, o bebê foi morto poucas horas depois de nascer. A queda do 6º andar, segundo o IML, foi a causa da morte, já que foi constatado traumatismo craniano na criança e não havia indícios de asfixia, como indicou a polícia inicialmente.
Um cupom fiscal da compra de um pacote de fraldas descartáveis, achado junto com o corpo da bebê, foi fundamental para a localização do pai da criança.