Corpo de delegado desaparecido é encontrado em área de mata em São Vicente

Paulo Della Rosa, de 55 anos, era conhecido como 'Delegado Poeta' e estava desaparecido desde segunda-feira (7)

Por: Eduardo Velozo Fuccia & Da Redação &  -  10/01/19  -  16:23
Corpo do delegado foi encontrado na Ilha Porchat, em São Vicente, nesta quinta (10)
Corpo do delegado foi encontrado na Ilha Porchat, em São Vicente, nesta quinta (10)   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Com pelo menos cinco facadas na barriga e marcas nos antebraços que sugerem lesões de quem tentou se defender, o delegado Paulo Della Rosa, de 55 anos, foi encontrado morto na manhã desta quinta-feira (10), na mata de uma encosta da Ilha Porchat, em São Vicente.


Desaparecido desde as 20h de segunda-feira (7), quando saiu de seu apartamento sem documentos e dizendo à mulher que iria para uma confraternização na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, que não aconteceu, Della Rosa levou apenas R$ 200 e uma pistola calibre 7.65.


No bolso da calça do cadáver, havia apenas R$ 80. A pistola mencionada pela mulher não foi encontrada. Ao lado do cadáver, havia dois óculos de grau e a bainha de uma faca, mas sem este instrumento.


Devido ao adiantado estado de decomposição, principalmente na região do rosto, o reconhecimento oficial de Della Rosa foi realizado durante o dia por meio do confronto de impressões digitais.


Della Rosa estava desaparecido desde a noite de segunda-feira (7)
Della Rosa estava desaparecido desde a noite de segunda-feira (7)   Foto: 7

Policial civil e irmão da vítima por parte de mãe, Antônio Carlos Santos Júnior compareceu à Ilha Porchat e não reconheceu o corpo encontrado como sendo de Della Rosa.


Porém, antes da confirmação da identidade por meio das digitais, a mulher do delegado e parentes dela reconheceram o cadáver por meio das roupas e calçados que a vítima usava: calça jeans desbotada, camiseta lilás clara, botas marrom e cinto da mesma cor. Os óculos também foram reconhecidos.


Corpo de delegado aposentado foi localizado na Ilha Porchat, em São Vicente
Corpo de delegado aposentado foi localizado na Ilha Porchat, em São Vicente   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Os delegados Manoel Gatto Neto e Carlos Topffer Schneider, respectivamente, diretor do 6º Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter-6) e seccional de Santos, compareceram ao local do encontro do cadáver e acompanharam o trabalho de peritos criminais.


“Aguardamos os laudos da perícia e do exame necroscópico. Investigamos todas as hipóteses para esclarecer as circunstâncias da morte”, declarou Gatto. Embora a cena do encontro do cadáver seja clássica de um homicídio, não se descarta eventual suicídio.


Titulares do Deinter-6 e Delegacia Seccional de Santos estiveram no local onde corpo foi achado
Titulares do Deinter-6 e Delegacia Seccional de Santos estiveram no local onde corpo foi achado   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Alerta do cachorro


Por volta das 10h, um morador da Ilha Porchat passeava com o seu cachorro pela Alameda 28 de Setembro e percebeu o corpo, devido à reação do animal.


O cadáver estava em uma trilha, paralela ao muro de um terreno e a cerca de cinco metros do asfalto. O cachorro parou na calçada, começou a latir e o seu dono viu as pernas da vítima, avisando a Polícia Militar. A vítima estava com a barriga para cima e com as pernas direcionadas para a parte superior da encosta. Essa posição favoreceu o acúmulo do sangue na cabeça, acelerando o processo de decomposição nesta região.


A trilha onde estava o corpo fica ao lado do terreno onde já funcionou, há mais de 25 anos, o restaurante Mosteiro. Após a desativação do estabelecimento, suas ruínas foram alvo de invasão. Usuários de drogas e outros marginais também passaram a usar a área, que virou local de descarte de carcaças de motos furtadas e roubadas. Porém, desde o ano passado, ela encontra-se desocupada e murada.


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