Casal que matou jovem grávida em ritual satânico vai a júri popular

Acusados de matar Atyla Arruda Barbosa em agosto do ano passado estão presos

Por: De A Tribuna On-line  -  05/06/19  -  14:05
  Foto: Arquivo Pessoal

Um crime cometido em julho de 2018 teve mais um desdobramento nesta semana. Ricardo Re da Mota, de 47 anos, e Simone Melo Koszegi, de 41, foram acusados de homicídio contra a técnica em segurança Atyla Arruda Barbosa, de 20 anos, e serão submetidos a júri popular. O casal está preso em regime fechado.


O crime repercutiu por conta das diferentes versões que foram dadas pela investigação a respeito da causa da morte da jovem, que estava grávida. Primeiro, ela foi dada como morta por afogamento em uma praia de Mongaguá. Depois, a Polícia Civil descobriu que o casal tentava sacar um seguro de vida de R$ 260 mil em nome da Atyla.


Atyla Arruda Barbosa, de 20 anos, foi achada morta em praia
Atyla Arruda Barbosa, de 20 anos, foi achada morta em praia   Foto: Arquivo Pessoal

Mais tarde, foi descoberto que Sergio e Simone faziam parte de uma seita satânica onde "adoravam Lúcifer". Testemunhas afirmam que a vítima foi morta em um ritual.


A decisão da Justiça foi tomada na manhã desta quarta-feira (5) e enviada à 2ª Vara do Foro de Itanhaém, por onde corre o processo. "Não poderão recorrer em liberdade, eis que já se encontram presos e ainda presentes os requisitos que fundamentaram a prisão cautelar, em especial a necessidade de manutenção da ordem pública", diz a decisão.


O casal está preso desde 17 de agosto, após o pedido de prisão preventiva ser acatado pela Justiça. Desde então, a defesa solicitou pedido de liberdade provisória, que foi negado. Desde novembro, a decisão sobre o júri popular era aguardada, e foi adiada após petições e manifestações do Ministério Público.


Entenda o caso

O corpo da jovem foi encontrado em uma praia de Mongaguá no dia 3 de julho de 2018 com sinais de afogamento. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e foi aberta uma investigação pela Polícia Civil.

Investigadores descobriram que a jovem veio de Goiás para morar e trabalhar com o casal acusado de matá-la. Ao relatar a morte para a polícia, o casal se apresentou como sendo padrinhos da garota.


Para a polícia, ela foi propositalmente morta no mar em meio a um denso nevoeiro para que o casal sacasse um seguro de vida de R$ 260 mil. Eles simularam o afogamento para acobertar o homicídio.


Simone e Sergio foram presos em casa e foi encontrado um caderno com rascunhos do que seria dito à polícia, pelo casal. Também foi descoberto pela investgação que Atyla estava grávida do próprio patrão.


Simone Koszegi foi acusada de matar jovem de 20 anos em ritual satânico
Simone Koszegi foi acusada de matar jovem de 20 anos em ritual satânico   Foto: Arquivo Pessoal

Em depoimento, a mulher disse ser madrinha de Atyla, que havia sido abandonada pelos pais, fato desmentido por Selmair Arruda de Moraes, de 44 anos, mãe da jovem. Ela chegou à cidade litorânea em busca da filha 20 dias após perder o contato com ela.


Selmair faria boletim de ocorrência por cárcere privado, mas foi surpreendida ao saber da morte da filha. Três pessoas, não identificadas, foram ao enterro da jovem, que teve na lápide a declaração 'te amo' escrita, fato que, segundo a polícia, seria para "despistar o crime".


Também foram descobertos perfis no Facebook indicando o envolvimento do casal em rituais de magia negra e satanismo, oferecendo pactos de adoração a Lúcifer, em troca de "poder" e "status". A polícia começou a acreditar que Atyla poderia estar ligada à seita, que teria oferecido o filho que estava esperando e, depois, desistido, tendo sido morta por isso.


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