Casal bate em médico e quebra UPA por discordar de diagnóstico para filha em Peruíbe

Médico disse que examinou menina de 4 anos e diagnosticou 'dermatite atópica'. Mãe da criança discordou da conclusão do pediatra, dizendo que era 'sarampo'

Por: Eduardo Velozo Fuccia & Da Redação &  -  03/01/20  -  09:13
UPA de Peruíbe
UPA de Peruíbe   Foto: Divulgação/Prefeitura de Peruíbe

A mãe e o pai de uma menina de 4 anos causaram tumulto nesta quinta-feira (2) de madrugada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Peruíbe. A mulher agrediu um pediatra e o homem danificou objetos da repartição de saúde. Ele foi preso em flagrante.


O médico, de 46 anos, disse que examinou a criança e diagnosticou “dermatite atópica” (tipo comum de alergia cutânea). Mãe da menina, a cabeleireira, de 29 anos, discordou da conclusão do pediatra, dizendo que era “sarampo”.


O profissional de saúde manteve o seu diagnóstico, elaborou receita e dispensou a paciente e a mãe dela. Cerca de cinco minutos depois, o pediatra contou que foi à recepção da UPA para recolher fichas de atendimento, sendo agredido pela cabeleireira com um soco no lado esquerdo do rosto.


Em seguida, o feirante, de 25 anos, marido da agressora e pai da menina, desferiu dois socos em um televisor de 42 polegadas, danificando-o. Afixado na parede da recepção, o aparelho estava ligado.


O homem também quebrou um conjunto triplo de cadeiras e uma máquina digital de registro de ponto dos funcionários. Morador em São Bernardo do Campo, na região do ABC, o casal de turistas foi embora da UPA na sequência.


Por meio da ficha de atendimento da criança, guardas civis municipais localizaram o endereço em Peruíbe onde os turistas se hospedavam e os detiveram, conduzindo-os à delegacia.


O delegado Edinilson Mattos autuou o feirante em flagrante por dano qualificado, porque o crime foi cometido contra o patrimônio público. Ele arbitrou a fiança em R$ 693.


O pai da paciente não dispunha da quantia e ficou preso. Pela manhã, ele foi levado a audiência de custódia. A Justiça lhe concedeu liberdade provisória, mas determinou que a fiança seja paga em sete dias, sob pena de ter a prisão preventiva decretada, conforme informou a sua mulher.


O crime de dano qualificado é punível com detenção, de seis meses a três anos, e multa. Acusada do delito de lesão corporal dolosa (agressão), cuja pena varia de três meses a um ano, a mãe da garota foi liberada após o registro de boletim de ocorrência.


Soco não, mas tapa


A cabeleireira ressalvou para A Tribuna que não deu soco no médico, mas “tapa”, porque ele teria empurrado a irmã dela, que está grávida de cinco meses. Testemunhas não mencionaram a suposta violência contra a gestante.


Questionada pela Reportagem sobre a situação clínica da filha, a mulher contou que a criança apresentou melhora após ser medicada com a pomada e o remédio antialérgico prescritos pelo pediatra.


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