Bando confessa golpes pela internet e é liberado por não haver flagrante em Praia Grande

De acordo com os estelionatários, eles telefonavam para pessoas que realizavam anúncios no site e se passavam por “administradores” da plataforma de compra e venda

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  19/08/20  -  16:07
O OLX informa que não solicita código de verificação ou senhas aos usuários
O OLX informa que não solicita código de verificação ou senhas aos usuários   Foto: Matheus Tagé/AT

Cinco rapazes com idades entre 20 e 24 anos foram detidos por policiais militares em um apartamento que alugaram em Praia Grande para usá-lo como central de golpes. Os crimes tinham como vítimas usuários do site de compra e venda OLX e do WhatsApp. Por não estarem em situação de flagrante, os jovens foram liberados.


O edifício fica na Rua Ângela Massei, 64, no Tupi. Os PMs se dirigiram até lá às 22h40 de domingo (16), após receberem denúncia anônima de que ali estariam suspeitos “armados”. Com autorização da síndica, os policiais entraram no prédio. Em seguida, os próprios investigados permitiram o ingresso dos agentes públicos ao apartamento.


Armas ou outros objetos ilícitos não foram achados no imóvel. Porém, os jovens confessaram que aplicavam golpes contra usuários do OLX e do aplicativo de mensagens. De acordo com os estelionatários, eles telefonavam para pessoas que realizavam anúncios no site e se passavam por “administradores” da plataforma de compra e venda.


Sob o pretexto de que precisavam “validar” o anúncio recém-publicado no OLX, os rapazes conseguiam o código do WhatsApp do usuário. Nas próximas etapas, os jovens tinham acesso à agenda telefônica da vítima, enviavam mensagens aos seus contatos se passando por ela e lhes pediam dinheiro emprestado sob as mais variadas justificativas. 


Números de contas eram informados pelo WhatsApp para a realização de depósitos ou transferências. Chamadas de “laranjas”, pessoas eram recrutadas para emprestar os seus dados bancários à quadrilha. Em contrapartida, elas ganhavam um percentual dos valores obtidos ilicitamente. 


Sete celulares que seriam usados nos golpes foram apreendidos no apartamento. A Polícia Civil irá requerer à Justiça autorização para realizar perícia nos aparelhos. O objetivo é quebrar o sigilo telefônico dos acusados, angariar provas materiais dos estelionatos, identificar as vítimas e contabilizar os prejuízos causados. 


Segundo o delegado Alex Mendonça do Nascimento, da Delegacia de Praia Grande, os rapazes admitiram os golpes pela internet. Porém, como os delitos ocorreram em datas passadas e ainda há a necessidade de se identificar as vítimas, não estão preenchidos todos os requisitos legais para a prisão em flagrante. 


Por esse motivo, o delegado liberou o grupo, optando pela instauração de inquérito policial para apurar os delitos de estelionato, invasão de dispositivo informático e associação criminosa. Três acusados moram em Itaquera, na Zona Leste da Capital. Os demais residem no município de José Bonifácio, na região de São José do Rio Preto. 


Comunicado do site 


O OLX informa que não solicita código de verificação ou senhas aos usuários. Ele recomenda que as negociações aconteçam via chat, na plataforma. “A empresa investe continuamente em tecnologia e na comunicação de melhores práticas de compra e venda, informando seus usuários sobre como proceder em casos de tentativas de fraudes”. 


O site divulga alertas em seus canais oficiais e redes sociais. Outras dicas estão disponíveis no site da OLX. O WhatsApp recomenda sempre ativar a verificação de duas etapas para prevenir golpes. Basta clicar no link e seguir as instruções.


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