Após julgamento de 16 horas, trio é condenado por assassinato de mulher em Santos

Angélica Cruz, acusada de matar vizinha por disputa de vaga de emprego, foi condenada a 37 anos de prisão; outros familiares também foram condenados

Por: De A Tribuna On-line  -  06/12/19  -  15:40
Angélica e sua madrasta, Solange, chegam ao fórum para julgamento
Angélica e sua madrasta, Solange, chegam ao fórum para julgamento   Foto: Reprodução/TV Tribuna

Após um julgamento com 16 horas de duração no Palácio da Justiça, em Santos, três dos quatro réus no caso do assassinato de Érica Oliveira da Silva foram condenados. Angélica Cruz foi condenada a 37 anos e quatro meses de prisão, o marido, Ronaldo Pereira dos Santos, a 18 anos e oito meses de prisão e o pai, Francisco da Cruz, também a 18 anos e oito meses de prisão. A madrasta de Angélica, Solange da Cruz, foi absolvida das acusações.


Foram ouvidas sete testemunhas, sendo cinco de acusação. Entre elas, as duas irmãs de Érica também foram feridas no dia do crime. Os quatro réus também foram ouvidos. Agora, os acusados, que já estavam presos, voltam para a prisão, dessa vez para cumprir pena.


Érica foi morta a facadas no bairro Monte Cabrão, na Área Continental de Santos, porque Angélica queria a vaga de emprego que a amiga de infância ocupava. O julgamento começou na quarta-feira (4) e só terminou na manhã desta quinta-feira (5).


Angélica teria desferido as facadas em Érica após uma discussão em frente à banca de frutas de sua família. O pai de Angélica teria segurado a vítima, enquanto o marido entregou a faca à Angélica. A madrasta também foi acusada de envolvimento no crime, mas foi absolvida.


Família da vítima protestou na manhã desta quarta-feira (4) em frente ao Palácio da Justiça
Família da vítima protestou na manhã desta quarta-feira (4) em frente ao Palácio da Justiça   Foto: Nina Barbosa/AT

O promotor de Justiça Geraldo Márcio Gonçalves Mendes afirma estar satisfeito com o resultado. “O Ministério Público está muito satisfeito com o trabalho desempenhado e com a decisão dos jurados. Efetivamente a justiça foi feita e os principais responsáveis pelo crime estão todos condenados, e vão responder no cárcere pela brutalidade e barbaridade que cometeram”, disse em entrevista à TV Tribuna.


Absolvição


Airton Sinto, advogado da família de Érica, diz que ninguém fica feliz com a condenação, mas ele busca que a justiça seja feita. “Vamos avaliar se cabe recurso para outras condenações que hoje o plenário não trouxe aos autos”, ressaltou sobre a absolvição de Solange da Cruz.


Já a advogada dos réus, Maria de Lourdes Gonçalves Lopes, pondera que Angélica foi erroneamente condenada por disputar o emprego com Érica. “Consta dos autos depoimento do gerente negando que Angélica queria o emprego de Érica. Dessa maneira, como a prova está contrária à prova produzida nos autos, a defesa vai recorrer”.


Recém-casada


Érica estava casada há menos de um ano. O viúvo, Cristiano Silva Genzen, esteve junto da família no fórum, acompanhando o julgamento.


“É muito difícil falar, eu parei de passar em psicólogo há pouco tempo. Mudou tudo na minha vida. Eu nunca vi ela brigando com ninguém, ela era bem meiga, então eu nunca ia esperar uma coisa dessas, pegou a gente de surpresa mesmo. Eu quero que eles paguem pelo que fizeram, o máximo que puder”, desabafou.


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