Acusado de matar a facadas um parceiro de triângulo amoroso, Luiz Felipe de Oliveira Galdino, de 25 anos, será interrogado na próxima terça-feira (5) na Vara do Júri de Santos.
O interrogatório do réu é aguardado com expectativa. Ele poderá revelar até que ponto Inaê Barreto Rodrigues, de 20 anos, considerada pivô do crime, tem ou não efetiva participação na morte de Bruno Botelho Vieira, de 23.
“Precisamos apurar se Inaê atraiu Bruno ao local do homicídio, tendo ciência de que Luiz Felipe pretendia matá-lo”, afirmou o advogado Armando de Mattos Júnior. Representante da família da vítima, ele atua no processo como assistente da acusação.
Inaê e Luiz Felipe tiveram uma filha, atualmente, com 2 anos de idade. O casal residia em um apartamento no Conjunto Dale Coutinho, no bairro Jardim Castelo, na Zona Noroeste de Santos, e a jovem mantinha relacionamento amoroso simultâneo com o réu e Bruno.
Preso desde 3 de julho de 2019, data do crime, quando foi autuado em flagrante, Luiz Felipe foi denunciado pelo Ministério Público (MP) por homicídio qualificado, cuja pena varia de 12 a 30 anos de reclusão.
Segundo o promotor Geraldo Márcio Gonçalves Mendes, o homicídio foi qualificado pelo motivo torpe. Luiz Felipe não aceitava o término da relação com Inaê e não admitia que ela mantivesse caso amoroso apenas com Bruno.
Ainda conforme o representante do MP, o emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima também qualificou o delito, porque o réu “dissimulou a sua intenção homicida” e surpreendeu Bruno com o ataque a facadas em uma rua do Dale Coutinho.
Geraldo Mendes requereu o arquivamento do inquérito policial instaurado para apurar o eventual envolvimento da jovem apontada como pivô, porque “elementos de prova não revelaram que Inaê tenha concorrido para a morte Bruno”.
Jacaré
O advogado Mattos Júnior ressalvou que a investigação contra Inaê poderá ser reaberta “se surgirem fatos novos”. Segundo o assistente da acusação, o assassinato foi planejado e o desenho de um jacaré é indício da suposta trama.
“O desenho foi feito na folha de uma agenda e pedi para ser juntado ao processo. Ele teria sido elaborado pelo réu e nele o réptil apresenta marcas de facadas. A ilustração representa o prenúncio do crime que era engendrado”, disse Mattos.
Na terça-feira, antes de Luiz Felipe ser interrogado, serão ouvidas as duas últimas testemunhas indicadas pela defesa. Em audiência realizada no dia 1º de outubro, depuseram três testemunhas da acusado, quatro do juízo e quatro da defesa.