Pressionado, Mourão admite atraso no combate ao desmatamento na Amazônia

O desmatamento da Amazônia manteve o ritmo de alta no mês de junho, sendo o maior em cinco anos, mesmo com uma ação de militares na região desde maio

Por: Do Estadão Conteúdo  -  10/07/20  -  23:39
Atualizado em 10/07/20 - 23:50
Mourão afirmou que combate ao desmatamento deveria ter sito colocado em prática em dezembro de 2019
Mourão afirmou que combate ao desmatamento deveria ter sito colocado em prática em dezembro de 2019   Foto: Alan Santos/Presidência da República

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, admitiu mais uma vez erro do governo no combate ao desmatamento na Amazônia. Nesta sexta-feira (10), Mourão faz uma nova rodada de conversa com empresários após aumentar a pressão de investidores estrangeiros sobre o Brasil na questão ambiental.


O desmatamento da Amazônia manteve o ritmo de alta no mês de junho, sendo o maior em cinco anos, mesmo com uma ação de militares na região desde maio. Grandes grupos econômicos ameaçam interromper planos de investimento se o governo não oferecer uma resposta satisfatória. No mês passado, Mourão, que coordena o Conselho Nacional da Amazônia Legal, já havia admitido erros do governo federal.


Alertas feitos pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicam a perda de 1.034,4 km? no mês de junho, alta de 10,65% em relação a junho do ano passado, quando os alertas apontaram desmate de 934,81 km?. Em apenas um mês, foram derrubados na Amazônia o equivalente à área da cidade de Belém (Pará).


Mourão afirmou que o combate ao desmatamento, iniciado em maio, começou tarde e deveria ter sito colocado em prática no mês de dezembro do ano passado. "Começou tarde, lógico. O começo em maio vai nos dar uma melhor situação em relação a queimadas, mas não em relação ao desmatamento", disse o vice-presidente a jornalistas no Palácio do Planalto.


No início de maio, o presidente Jair Bolsonaro decretou uma nova Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para atuar na região na chamada Operação Verde Brasil 2. Na tarde desta sexta-feira, 10, Mourão recebe representantes do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. Na semana passada, o grupo elaborou uma carta exigindo medidas do governo na floresta.


"Tenho colocado que vamos prosseguir nesse tipo de trabalho até final de 2022 ou até que a turma que desmata se dê conta que não dá mais para fazer isso", declarou Mourão. O vice-presidente deve pedir aos empresários a destinação de recursos na Amazônia após os investidores sinalizarem que poderão oferecer apoio.


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